terça-feira, 14 de julho de 2009

Evangelho do dia (Mt 11, 20-24)

Jesus começou então a censurar as cidades onde tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem convertido: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres realizados entre vós, tivessem sido feitos em Tiro e em Sídon, há muito já teriam se convertido, vestindo-se de saco e com cinza. Em verdade, Eu vos digo: No dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós. E tu, Cafarnaúm, julgas que serás exaltada até ao céu? Serás precipitada no abismo. Porque, se os milagres que em ti se realizaram tivessem sido feitos em Sodoma, ela ainda hoje existiria. Em verdade, Eu vos digo: No dia do juízo, haverá mais tolerância para os de Sodoma do que para ti" (Mt 11, 20-24).

Comentário feito por Paulo VI
Papa de 1963-1978
Cristo, que ao longo de toda a Sua vida fez sempre aquilo que ensinava, jejuou e rezou quarenta dias e quarenta noites antes de começar o Seu ministério. Inaugurou a sua missão pública com esta jubilosa mensagem: "O Reino de Deus está próximo", acrescentando imediatamente este mandamento: "Arrependei-vos e acreditai no Evangelho" (Mc 1, 15). De certa maneira, é toda a vida cristã que se encontra resumida nestas palavras. Não se pode alcançar o Reino anunciado por Cristo a não ser pela "metanóia", ou seja, pela mudança e pela renovação íntima e total de todo o homem. [...] O convite do Filho de Deus à metanóia obriga-nos a isso, tanto mais que Ele não a pregou apenas, mas Se ofereceu a Si mesmo como exemplo. Com efeito, Cristo é o modelo supremo dos penitentes. Quis sofrer, não pelos Seus pecados, mas pelos dos outros. Com Cristo, o homem é iluminado com uma luz nova: reconhece a santidade de Deus e a gravidade do pecado. Pela palavra de Cristo, é transmitida ao homem a mensagem que convida à conversão e que concede o perdão dos pecados. Recebe em plenitude estes dons no batismo, que o configura com a paixão, morte e ressurreição do Senhor. Toda a vida futura do batizado é colocada sob o sinal deste mistério. Por conseguinte, todo o cristão deve seguir o Mestre renunciando a si próprio, levando a sua cruz e participando nos sofrimentos de Cristo. Assim, transfigurado na imagem da Sua morte, torna-se capaz de merecer a glória da ressurreição. Seguindo o Mestre, não poderá já viver para si próprio, mas para Quem o amou e se entregou por ele (Gal 2, 20), e tenderá também a viver para os seus irmãos, completando "na sua carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo Seu Corpo, que é a Igreja" (Col 1, 24).

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