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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Os homens sempre têm necessidade de Deus, mesmo neste nosso mundo tecnológico...

Bento XVI

Regina Coeli

Praça São Pedro
Domingo, 15 de maio de 2011

Caros irmãos e irmãs!
A liturgia do IV Domingo de Páscoa nos apresenta um dos ícones mais belos que, desde os primeiros séculos da Igreja, representaram o Senhor Jesus: o do Bom Pastor. O Evangelho de São João, no capítulo décimo, nos descreve os traços peculiares do relacionamento entre Cristo Pastor e o seu rebanho, um relacionamento de tal forma estreito que ninguém nunca conseguirá tirar as ovelhas de sua mão. Elas, de fato, são unidas a Ele por um vínculo de amor e de recíproco conhecimento, que garante a eles o dom incomensurável da vida eterna. Ao mesmo tempo, a postura do rebanho para com o Bom Pastor, Cristo, é apresentado pelo Evangelista com dois verbos específicos: escutar e seguir. Estes termos designam as características fundamentais daqueles que vivem o seguimento do Senhor. Antes de tudo, a escuta da sua Palavra, da qual nasce e se alimenta a fé. Somente quem é atento à voz do Senhor é capaz de avaliar na própria consciência as justas decisões para agir segundo Deus. Da escuta deriva, portanto, o seguimento a Jesus: age-se como discípulos depois de ter escutado e acolhido interiormente os ensinamentos do Mestre, para vivê-los cotidianamente.
Neste domingo, portanto, é espontâneo recomendar a Deus os Pastores da Igreja, e aqueles que estão se formando para se tornarem Pastores. Convido-vos, por isso, a uma oração especial pelos Bispos – inclusive o Bispo de Roma! –, pelos párocos, por todos aqueles que têm responsabilidades como guias do rebanho de Cristo, para que sejam fiéis e sábios no cumprimento de seu ministério. Particularmente, rezemos pelas vocações sacerdotais nesta Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, para que nunca faltem operários capazes na messe do Senhor. Há setenta anos, o Venerável Pio XII instituiu a Pontifícia Obra pelas Vocações Sacerdotais. A feliz intuição do meu Predecessor se fundava sobre a convicção de que as vocações crescem e amadurecem nas Igrejas particulares, se facilitadas por contextos familiares saudáveis e robustecidos pelo espírito de fé, de caridade e de piedade. Na mensagem enviada para esta Jornada Mundial, chamei a atenção para o fato de que uma vocação se realiza quando sai “da própria vontade fechada e da própria ideia de autorrealização, para imergir numa outra vontade, a de Deus, deixando-se guiar por ela”. Mesmo neste tempo, no qual a voz do Senhor parece submergir em meio a tantas outras vozes, toda comunidade eclesial é chamada a promover e cuidar das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Os homens, de fato, sempre têm necessidade de Deus, mesmo neste nosso mundo tecnológico, e sempre será necessário Pastores que anunciem a sua Palavra e façam com que Senhor seja encontrado nos Sacramentos.
Caros irmãos e irmãs, revigorados pela alegria pascal e pela fé no Ressuscitado, confiemos os nossos propósitos e as nossas intenções à Virgem Maria, mãe de toda vocação, para que, com a sua intercessão, suscite e sustente numerosas e santas vocações para o serviço da Igreja e do mundo.

Apelo
Continuo acompanhando com grande apreensão o dramático conflito armado que, na Líbia, causou um elevado número de vítimas e de sofrimentos, sobretudo entre a população civil. Renovo um urgente apelo para que o caminho da negociação e do diálogo prevaleça sobre o da violência, com a ajuda dos organismos internacionais que se empenham na busca de uma solução para a crise. Asseguro, além do mais, a minha orante e comovida participação no compromisso com o qual a Igreja local assiste a população, particularmente através de pessoas consagradas presentes nos hospitais.
O meu pensamento se dirige também à Síria, onde é urgente restaurar uma convivência orientada para a concórdia e para a unidade. Peço a Deus que não haja mais derramamento de sangue naquela pátria de grandes religiosos e de grande civilização, e convido as autoridades e todos os cidadãos a não pouparem esforços na busca do bem comum e na acolhida das legítimas aspirações por um futuro de paz e de estabilidade.

* Extraído do site do Vaticano, do dia 15 de maio de 2011. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Que Cristo Ressuscitado nos abra o caminho da liberdade, da justiça e da paz

Mensagem Urbi et Orbi
Do Santo Padre Bento XVI

Páscoa de 2011

In resurrectione tua, Christe, coeli et terra laetentur – Na vossa Ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra” (Liturgia das Horas).

Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!
A manhã de Páscoa trouxe-nos este anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou! O eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos outros Apóstolos.
Até hoje – mesmo na nossa era de comunicações supertecnológicas – a fé dos cristãos se encontra fundada naquele anúncio, no testemunho daquelas irmãs e daqueles irmãos que viram, primeiro, a pedra removida e o túmulo vazio e, depois, os misteriosos mensageiros que atestavam que Jesus, o Crucificado, ressuscitara; em seguida, o Mestre e Senhor em pessoa, vivo e palpável, apareceu a Maria Madalena, aos dois discípulos de Emaús e, finalmente, aos onze, reunidos no Cenáculo (cf. Mc 16, 9-14).
A ressurreição de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiência mística: é um acontecimento, que ultrapassa certamente a história, mas verifica-se num momento concreto da história e deixa nela uma marca indelével. A luz, que encandeou os guardas de sentinela ao sepulcro de Jesus, atravessou o tempo e o espaço. É uma luz diferente, divina, que fendeu as trevas da morte e trouxe ao mundo o esplendor de Deus, o esplendor da Verdade e do Bem.
Tal como os raios do sol, na primavera, fazem brotar e desabrochar os rebentos nos ramos das árvores, assim também a irradiação que dimana da Ressurreição de Cristo dá força e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projeto. Por isso, hoje, o universo inteiro se alegra, implicado na primavera da humanidade, que se faz intérprete do tácito hino de louvor da criação. O aleluia pascal, que ressoa na Igreja peregrina no mundo, exprime a exultação silenciosa do universo e sobretudo o anseio de cada alma humana aberta sinceramente a Deus, mais ainda, agradecida pela sua infinita bondade, beleza e verdade.
“Na vossa ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra”. A este convite ao louvor, que hoje se eleva do coração da Igreja, os “céus” respondem plenamente: as multidões dos anjos, dos santos e dos beatos unem-se unânimes à nossa exultação. No Céu, tudo é paz e alegria. Mas, infelizmente, não é assim sobre a terra! Aqui, neste nosso mundo, o aleluia pascal contrasta ainda com os lamentos e gritos que provêm de tantas situações dolorosas: miséria, fome, doenças, guerras, violências. E todavia foi por isto mesmo que Cristo morreu e ressuscitou! Ele morreu também por causa dos nossos pecados de hoje, e também para a redenção da nossa história de hoje Ele ressuscitou. Por isso, esta minha mensagem quer chegar a todos e, como anúncio profético, sobretudo aos povos e às comunidades que estão a sofrer uma hora de paixão, para que Cristo Ressuscitado lhes abra o caminho da liberdade, da justiça e da paz.
Possa alegrar-se aquela Terra que, primeiro, foi inundada pela luz do Ressuscitado. O fulgor de Cristo chegue também aos povos do Oriente Médio para que a luz da paz e da dignidade humana vença as trevas da divisão, do ódio e das violências. Na Líbia, que as armas cedam o lugar à diplomacia e ao diálogo e se favoreça, na situação atual de conflito, o acesso das ajudas humanitárias a quantos sofrem as consequências da luta. Nos países da África do Norte e do Oriente Médio, que todos os cidadãos – e de modo particular os jovens – se esforcem por promover o bem comum e construir um sociedade, onde a pobreza seja vencida e cada decisão política seja inspirada pelo respeito da pessoa humana. A tantos prófugos e aos refugiados, que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar os afetos dos seus entes mais queridos, chegue a solidariedade de todos; os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para se torne possível, de maneira solidária e concorde, acudir às necessidades prementes de tantos irmãos; a quantos se prodigalizam com generosos esforços e dão exemplares testemunhos nesta linha chegue o nosso conforto e apreço.
Possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar as feridas profundas causadas pelas recentes violências. Possa encontrar consolação e esperança a terra do Japão, enquanto enfrenta as dramáticas consequências do recente terremoto, e demais países que, nos meses passados, foram provados por calamidades naturais que semearam sofrimento e angústia.
Alegrem-se os céus e a terra pelo testemunho de quantos sofrem contrariedades ou mesmo perseguições pela sua fé no Senhor Jesus. O anúncio da sua ressurreição vitoriosa neles infunda coragem e confiança.
Queridos irmãos e irmãs! Cristo ressuscitado caminha à nossa frente para os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21, 1), onde finalmente viveremos todos como uma única família, filhos do mesmo Pai. Ele está conosco até ao fim dos tempos. Sigamos as suas pegadas, neste mundo ferido, cantando o aleluia. No nosso coração, há alegria e sofrimento; na nossa face, sorrisos e lágrimas. A nossa realidade terrena é assim. Mas Cristo ressuscitou, está vivo e caminha conosco. Por isso, cantamos e caminhamos, fiéis ao nosso compromisso neste mundo, com o olhar voltado para o Céu.
Boa Páscoa a todos!

* Extraído do site do Vaticano. Revisado por Paulo R. A. Pacheco.

segunda-feira, 28 de março de 2011

A onipotência do Amor respeita sempre a liberdade do homem...

Bento XVI

Angelus

Praça São Pedro
Domingo, 27 de março de 2011.

Caros irmãos e irmãs!
Este 3º Domingo da Quaresma é caracterizado pelo célebre diálogo de Jesus com a mulher Samaritana, contado pelo evangelista João. A mulher ia todos os dias buscar água num antigo poço, que remontava ao patriarca Jacó e, naquele dia, encontrou Jesus ali, sentado, “cansado da viagem” (Jo 4, 6). Santo Agostinho comenta: “Não é por nada que Jesus se cansa... A força de Cristo te criou, a fraqueza de Cristo te recriou... Com a sua força nos criou, com a sua fraqueza veio nos buscar” (In Ioh. Ev., 15, 2). O cansaço de Jesus, sinal da sua verdadeira humanidade, pode ser visto como um prelúdio da paixão, com a qual Ele levou à realização a obra da nossa redenção. Particularmente, no encontro com a Samaritana, no poço, emerge o tema da “sede” de Cristo, que culmina no grito sobre a cruz: “Tenho sede” (Jo 19, 28). Certamente, esta sede, como o cansaço, tem uma base física. Mas Jesus, como ainda uma vez nos diz Agostinho, “tinha sede da fé daquela mulher” (In Ioh. Ev. 15, 11), assim como tem da fé de todos nós. Deus Pai o mandou para saciar a nossa sede de vida eterna, dando-nos o seu amor, mas para conceder-nos este dom Jesus pede a nossa fé. A onipotência do Amor respeita sempre a liberdade do homem; bate à porta do seu coração e espera com paciência a sua resposta. 
No encontro com a Samaritana vem à tona, em primeiro lugar, o símbolo da água, que alude claramente ao sacramento do Batismo, fonte de vida nova pela fé na Graça de Deus. Este Evangelho, de fato – como lembrei na Catequese da Quarta-Feira de Cinzas – faz parte do antigo itinerário de preparação dos catecúmenos para a iniciação cristão, que acontecia na grande Vigília da noite de Páscoa. “Quem beber da água que eu lhe darei – disse Jesus – nunca mais terá sede” (Jo 4, 14). Esta água representa o Espírito Santo, o “dom” por excelência que Jesus veio trazer da parte de Deus Pai. Quem renasce da água e do Espírito Santo, isto é no Batismo, entra numa relação real com Deus, uma relação filial, e pode adorá-Lo “em espírito e verdade” (Jo 4, 23.24), como revela ainda Jesus à mulher Samaritana. Graças ao encontro com Jesus Cristo e ao dom do Espírito Santo, a fé do homem atinge sua realização, como resposta à plenitude da revelação de Deus.
Cada um de nós pode se identificar com a mulher Samaritana: Jesus nos espera, especialmente neste tempo de Quaresma, para falar ao nosso, ao meu coração. Fiquemos um momento em silêncio, no nosso quarto, ou numa igreja, ou num lugar à parte. Escutemos a sua voz que nos diz: “Se tu conhecesses o dom de Deus...”. A Virgem Maria nos ajude a não faltar a este encontro, do qual depende a nossa verdadeira felicidade.

Apelo
Caros irmãos e irmãs,
Diante das notícias, sempre mais dramáticas, que vêm da Líbia, cresce o meu tremor pela proteção e segurança da população civil, e minha apreensão pela evolução da situação, atualmente marcada pelo uso de armas. Nos momentos de maior tensão é ainda mais urgente a exigência de recorrer a todo meio de que dispõe a ação diplomática e de sustentar mesmo os mais frágeis sinais de abertura e de vontade de reconciliação entre todas as partes envolvidas, na busca de solução pacíficas e duradouras.
Nesta perspectiva, enquanto elevo ao Senhor a minha oração por um retorno à concórdia na Líbia e em toda a região do Norte da África, faço um apelo aos organismos internacionais e a todos os que têm alguma responsabilidade política e militar pelo imediato início de um diálogo, que suspenda o uso de armas.
O meu pensamento se dirige, finalmente, às Autoridades e aos cidadãos do Oriente Médio, onde, nos dias passados, verificaram-se diversos episódios de violência, para que também lá se privilegia a via do diálogo e da reconciliação na busca de uma convivência justa e fraterna.

* Extraído do site do Vaticano. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Este é o meu Filho amado (...). Escutai-o

Bento XVI

Angelus

Praça São Pedro
Domingo, 20 de março de 2011

Caros irmãos e irmãs!
Agradeço ao Senhor que me permitiu viver nos últimos dias os Exercícios Espirituais, e fico grato também àqueles que me estiveram próximos pela oração. Este domingo, o segundo da Quaresma, é chamado da Transfiguração, porque o Evangelho narra este mistério da vida de Cristo. Ele, depois de ter prenunciado aos discípulos a sua paixão, “tomou consigo Pedro, Tiago e João seu irmãos e os conduziu a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles: o seu rosto brilhou como o sol e as suas vestes se tornaram brancas como a luz” (Mt 17, 1-2). Segundo os sentidos, a luz do sol é a mais intensa que se conheça na natureza; mas, segundo o espírito, os discípulos viram, por um breve tempo, um esplendor ainda mais intenso, o da glória divina de Jesus, que ilumina toda a história da salvação. São Máximo, o Confessor, afirma que “as vestes tornadas brancas carregavam o símbolo das palavras da Sagrada Escritura, que se tornavam claras e transparentes e luminosas” (Ambiguum 10: PG 91, 1128 B).
O Evagelho diz que, ao lado de Jesus transfigurado, “apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus” (Mt 17, 3); Moisés e Elias, figuras da Lei e dos Profetas. Foi nesse momento que Pedro, extasiado, exclamou: “Senhor, é bom ficarmos aqui! Se queres, vou fazer aqui três tendas, uma para ti, outra para Moisés e uma para Elias” (Mt 17, 4). Mas, Santo Agostinho comenta dizendo que nós temos uma só morada: Cristo; Ele “é a Palavra de Deus, Palavra de Deus na Lei, Palavra de Deus nos Profetas” (Sermo De Verbis Ev. 78,3: PL 38, 491). De fato, o Pai mesmo proclama: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o” (Mt 17, 5). A Transfiguração não é uma mudança de Jesus, mas é a revelação da sua divindade, “a íntima compenetração do seu ser com Deus, que se torna pura luz. No seu ser um com o Pai, Jesus mesmo é Luz da Luz” (Jesus de Nazaré, São Paulo, 2007, p. 357). Pedro, Tiago e João, contemplando a divindade do Senhor, são preparados para enfrentarem o escândalo da cruz, como é cantado num antigo hino: “Sobre o monte te transfiguraste e teus discípulos, na medida em que eram capazes, contemplaram a tua glória, para que, vendo-te crucificado, compreendessem que a tua paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que tu és verdadeiramente o esplendor do Pai” (Κοντάκιον είς τήν Μεταμόρφωσιν, in: Μηναια, t. 6, Roma 1901, 341).
Caros amigos, participemos também nós desta visão e deste dom sobrenatural, dando espaço para a oração e para a escuta da Palavra de Deus. Além do mais, sobretudo nesse tempo de Quaresma, exorto, como escreve o Servo de Deus Paulo VI, “a responder ao preceito divino da penitência com algum ato voluntário, para além das renúncias impostas pelo peso da vida cotidiana” (Cost. ap. Pænitemini, 17 febbraio 1966, III, c: AAS 58 [1966], 182). Invoquemos a Virgem Maria, para que nos ajude a escutar e a seguir sempre ao Senhor Jesus, até à paixão e à cruz, para participar também de sua glória.

Apelo
Nos dias passados, as preocupantes notícias que chegaram da Líbia suscitaram em mim ansiedade e temor. Rezei ao Senhor, durante a semana dos Exercícios Espirituais, particularmente por esse motivo.
Acompanho, agora, os últimos eventos com grande apreensão, rezo por aqueles que estão envolvidos na dramática situação daquele país e faço um apelo urgente a todos os que têm responsabilidades políticas e militares, para que se preocupem, sobretudo, com a segurança dos cidadãos e garantam o acesso dos socorros humanitários. À população desejo assegurar a minha comovida proximidade, enquanto peço a Deus que um horizonte de paz e de concórdia surja o mais brevemente possível na Líbia e em toda a região do norte da África

* Extraído do site do Vaticano, do dia 20 de março de 2011. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Invoquemos, no domingo, a misericórdia de Deus


CL adere ao apelo da Conferência Episcopal Italiana pelas vítimas da violência na África e na Ásia

Comunhão e Libertação adere ao convite que a Conferência Episcopal Italiana (CEI) dirigiu às paróquias, comunidades religiosas, associações, grupos e movimentos a rezarem, no domingo, dia 13 de marco de 2011, pela seguinte intenção: “Peçamos, para as vítimas da violência, a misericórdia de Deus e, para todos, a reconciliação, a justiça e a paz”.
Aproximamo-nos de Bento XVI que, em face da violência que os homens praticam, testemunha uma fé que se torna inteligência da realidade, único caminho de saída da confusão e de sustento da esperança do futuro. 
Como Padre Giussani disse, “sem o reconhecimento do Mistério presente, a noite avança, a confusão avança”. A misericórdia, pelo contrário, é “o abraço último do Mistério, contra o qual o homem – mesmo o mais distante e o mais perversos ou mais obscuro, o mais tenebroso – não pode opor nada, não pode opor nenhuma objeção: pode abandoná-lo, mas abandonando a si mesmo e a seu próprio bem. O Mistério como misericórdia é a última palavra mesmo sobre todas as possibilidades terríveis da história. Por isso, a existência se expressa, como último ideal, na mendicância. O verdadeiro protagonista da história é o mendicante: Cristo mendicante do coração do homem e o coração do homem mendicante de Cristo”.
Bento XVI é testemunha suprema desta paixão pelo destino dos irmãos homens que apenas Cristo torna possível: 
“Acompanho sempre e com grande preocupação as tensões que, nestes dias, são registradas em diversos países da África e da Ásia. Peço ao Senhor Jesus que o comovente sacrifício da vida do Ministro paquistanês Shahbaz Bhatti desperte nas consciências a coragem e o compromisso com a tutela da liberdade religiosa de todos os homens e, ao fazê-lo, promova sua igual dignidade. Meu pensamento se dirige também à Líbia, onde os recentes combates têm causado muitas mortes e uma crescente crise humanitária. Para todas as vítimas e para aqueles que se encontram em situações aflitivas asseguro minhas orações e minha proximidade, enquanto invoco a assistência e o socorro às pessoas afetadas” (Angelus de 6 de março de 2011). 

A assessoria de imprensa de C
Milão, 10 de março de 2011.

* Extraído do site oficial de CL, no dia 11 de março de 2011. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.