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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cartas do P.e Aldo 169

Asunción, 28 de novembro de 2010.

Caros amigos,
gostaria de comunicar a vocês alguns fatos que aconteceram e que testemunham com Cristo está presente na minha vida e, por isso, tudo é positivo, mesmo a dor que, de uma desgraça, se torna graça, como nos lembra a Escola de Comunidade.
1. Ontem (sexta-feira), tivemos a surpresa da visita de Marcos e Cleuza. Uma visita relâmpago, que foi, para eles, uma aventura única: 7 horas de viagem de avião para chegar aqui e 4 horas para voltar. Nunca aconteceu algo assim. Somente uma grande amizade, fruto da familiaridade com Cristo, permite este olhar entre nós. Marcos, ontem, tinha uma reunião importante na Assembléia Legislativa, mesmo porque lhe estão fazendo propostas interessantes. Mas, preferiu vir para festejar o aniversário de Padre Paolinio e encontrar os amigos da fundação, responsáveis pelas obras. O encontro foi muito bonito, as experiências contadas foram como um vibrar do eu diante de Cristo. A genialidade de Cleuza nos lembrou o que Carrón nos dizia comentando o Monologo di Giuda (Monólogo de Judas, canção de Claudio Chieffo; ndt) em La Thuile: “Judas era um apóstolo, eu não sou um apóstolo; Judas fazia parte dos grupinho de amigos de Jesus, e eu também faço parte dos amigos de Jesus, como Judas, como Pedro. Porém, Judas participava daquela amizade, mas diferentemente de Pedro e de mim, não pertencia àquela amizade. Uma coisa é participar, outra coisa é pertencer. Judas traiu Jesus, mas também Pedro, assim como também eu. Porém, uma coisa foi a traição de Judas, outra a de Pedro e a minha. Judas, diante do seu pecado, sendo apenas participante daquela amizade, e não pertencente, se suicidou. Pedro, porém, que pertencia àquela amizade, reconheceu o seu pecado e se deixou abraçar por aquele olhar. Assim é para mim e para Marcos. Nós não viemos porque participamos do que acontece aqui, desta obra, mas porque pertencemos a esta obra. Uma pessoa pode até fazer milagres, mas se a sua natureza não for a do Pai, tudo morrerá. O filho pródigo voltou não porque quisesse participar do banquete, ou porque estava cansado da miséria, mas porque, no meio de toda as misérias, ele pertencia ao Pai, era da sua mesma natureza. O nosso problema é apenas um: participamos ou pertencemos? Seguimos Carrón ou olhamos para onde Carrón olha? Uma coisa é participar do movimento, participar daquilo que Carrón nos diz, outra coisa é pertencer ao movimento, pertencer ao olhar com o qual Carrón nos guia e olha para a realidade. Eu venho aqui, do Brasil, porque decidi pertencer àquilo que vi, como Pedro. Eu venho do Brasil porque pertenço a vocês. Assim, vocês trabalham aqui porque pertencem a esta obra. E o sinal desta pertença é a alegria com a qual vocês trabalham e é o que marca a diferença com quem não pertence”
2. Tão logo chegaram, celebramos a missa para eles na clínica. Alguns doentes terminais, incapazes de se moverem, participaram também. Grande foi a surpresa quando um doente de câncer, com a parte direita do rosto toda vendada, porque literalmente estava “comida” pelo câncer, e o outro lado todo inchado, tomou o violão e, com uma alegria nos olhos que nos comover a todos, acompanhou os cantos. Cleuza, a um certo momento, disse: “como pode um doente naquelas condições, nas vésperas da morte, tocar com tanto ímpeto o violão? A resposta é apenas uma: porque, nele, é clara, é evidente a pertença ao Mistério... e era visível como ele estava identificado com Cristo eucarístico. Ele tocava assim e naquelas condições, porque olhava para Cristo, pertencia a Cristo. Desafio a qualquer prêmio Nobel de oncologia a dar a este doente aquilo que somente Cristo pode dar. Nenhum prêmio Nobel pode dar um doente terminal a força, naquelas condições, de tocar o violão. Quem lhe dá a força é apenas Cristo, que passa através de vocês, que estão próximos e veem nele Cristo. Eu venho de São Paulo porque preciso ver como também a vida que está morrendo refloresce na pertença. Não venho aqui para ver as pessoas morrendo e nem mesmo para ver o hospital, porque tudo isto posso ver também em São Paulo, mas para ver os milagres da pertença a Cristo, porque não é uma coisa deste mundo ver um moribundo tocando violão. Venho aqui para que a certeza que hoje me acompanha seja a certeza que me acompanhe também amanhã. Não me basta o passaporte para hoje, eu o quero também para amanhã. E sem vocês não tenho esta garantia. O passaporte para o amanhã eu não tenho, mas esta pertença o tem. Então, o problema é não ter uma reserva na pertença, reserva que é o caruncho que destrói tudo. Quanto mais pertenço, tanto mais cai a reserva. A outra face da reserva é a pretensão. Por que prevalece a pretensão? Porque nos esquecemos do destino do outro. Por este motivo, não estamos juntos para fazer obras, mas para que floresça o nosso eu e as pessoas conheçam a Cristo, encontrem a Cristo. E se o ponto não está claro, a obra já está morta. Quando alguém tem este olhar é livre. Não é definido pelos resultados, pelos êxitos. Pensem, por exemplo, nos pais: que respiro começam a viver quanto aos filhos, sobre os quais temos tantas pretensões. Eu posso abraçar, sustentá-los, mas não me posso substituir a eles, ao drama deles. O violeiro que escutamos é uma evidência. Eu não posso tirar-lhe o câncer, não me posso substituir a ele, o drama é todo seu, não posso fazer com que a proximidade da morte se afaste. Posso sim abraçá-lo, amá-lo, mas o drama é entre ele e Cristo, e se vê bem como a sua liberdade, que se deixa abraçar por Cristo, lhe permite até mesmo de ‘tirar sarro’ do câncer, aproveitando plenamente daquilo que está tocando”
Amigos, vocês entendem por que somos amigos e por que não conhecemos distância, e como mesmo os “problemas” provocados pelas companhias aéreas não nos distraem?
Para terminar e assim começar bem o Advento, um último fato que mostra como nada impede que a realidade, a doença, seja um dom. Outro dia, a doutora Cristina, infectologista, me descreveu as condições de um paciente de AIDS, encontrado num lixão. Ele é uma ferida só. Os vermes saem de uma orelha apodrecida e também dos genitais. Chamou-me para perto dele para que eu me desse conta de onde pode chegar a miséria humana e também do que seria do homem se não fosse de Cristo. Vi como ela, com tanto amor, com uma pequena pinça, tirava os vermes um a um – e isso todos os dias – e fiquei abalado e comovido. Perguntei-lhe: “Mas, Cristina... como consegue?”. E ela: “Mas, padre, é Jesus... este homem cheio de feridas é Jesus; e, por isso, faço este trabalho com alegria”. Fiquei sem palavras, maravilhado, comovido, enquanto ela, com as pinças, acompanhada por outra jovem médica e uma enfermeira, continuavam, com o sorriso nos lábios, a tirar aqueles vermes de cabeça preta e corpo branco.
Vocês entendem o que quer dizer “contemporaneidade de Cristo”? Se Cristo fosse um “ontem”, uma pessoa não seria capaz de estar diante de um homem que traz no corpo os sinais do apodrecimento.
Rezem por mim e por meus amigos sãos e doentes.
Padre Aldo

segunda-feira, 31 de maio de 2010

"A voz única do ideal"

Encontro de padre Julián Carrón
com os formandos de Juventude Estudantil
Roma, 16 de maio de 2010

Amigos, este momento da vida de vocês é particularmente decisivo, porque em nós, em cada um de nós, há uma batalha se travando entre a "voz única do ideal" [1] (como acabamos de cantar), que todos sentimos vibrar dentro de nós, e todas aquelas circunstâncias que tantas vezes tentar expulsar esta voz, de forma que não sabemos mais para onde ir. Esta é uma luta que cada um de vocês vive dentro de si, e por isso este momento é particularmente dramático, porque escolhas como aquelas que vocês estão para fazer são determinantes na vida, porque a pessoa começa a tomar consciência de todos os fatores e vê emergir o próprio rosto: "O que estou fazendo no mundo?". E entendo muito bem o drama que cada um pode viver neste período da vida; é um período que nos obriga a escolher; vocês estão para terminar, é preciso escolher, é preciso começar a escolher, não é que a vida nos espera; é preciso escolher, porque não escolher é já uma escolha; de fato, todos, no final do ensino médio, escolhem, se colocam na vida com um rosto, e têm que enfrentar esta luta: "Não fiquem presos à corte das almas anãs que repetem os gestos e não sabem entender. Não subam ao castelo dos jovens justos que adoram o sol" [2]. Pelo contrário, o ideal nos convida a lutar contra esta redução. A primeira consciência que devemos ter é desta luta que está acontecendo agora.
A segunda questão é o caminho, saber o caminho para chegar àquele ideal, porque "caminha o homem quando sabe bem para onde deve ir" [3].
Padre Giussani nos ensina: "Somente na clareza e na segurança o homem encontra energia para a ação" [4]. Por isso, queremos nos ajudar a esclarecer aquilo de que temos necessidade para poder viver, para podermos nos lançar na vida, porque é uma exigência do momento que vocês estão vivendo, uma urgência que nasce no profundo do ser de vocês, a descoberta da vida como vocação.

1) Pelo que vale a pena viver?
A primeira questão da vocação, que temos que encarar de frente, não é o que escolher, esta é a consequência. A primeira é questão é a que urge tantas vezes em nosso coração: "Mas, por que eu existo? Por que estou no mundo? Pelo que vale a pena viver? O eu serve para quê? Para que serve o meu eu?". Como vocês podem ver, é a questão da vida, a questão fundamental de cada um de nós. A primeiríssima decisão é levar a sério esta pergunta, esta urgência, porque, como dizia R. M. Rilke, "tudo se concerta para nos calar" [5], para nos fazer agir segundo outros critérios. Parar esta pergunta significaria matar a natureza do homem, ou seja, bloquear o nosso eu no momento em que ele se lança na vida. Por isso estamos juntos nesta manhã, para que, antes de mais nada, não bloqueemos a pergunta, para não bloquearmos a voz do ideal.
Imaginem se um pedaço de alguma coisa, por exemplo uma engrenagem de uma máquina, se perguntasse: "Qual é a minha utilidade? O que estou fazendo aqui?". Ela só conseguiria entender isso a partir de dentro do relacionamento, no seu nexo com toda a máquina, porque cada pedaço do real só pode ser compreendido no seu nexo com o todo. Por isso, se nos perguntássemos: "Para que serve a minha vida? O que sou chamado a realizar?", a questão é encontrar o critério que nos ligue ao todo, "aquele critério que, sendo seguido, faz com que o homem se torne útil ao mundo, de tal modo que caminhe sempre mais em direção à sua personalidade, no rumo da sua felicidade, [...] não em direção à sua perda" [6]. Atenção, porque isto é fundamental: não é que servir ao mundo signifique nos perdermos, mas o serviço ao mundo é um ganho para nós, é a nossa realização. Entender isto é fundamental, porque tantos pensam que a única modalidade para realização de si seja a auto-afirmação (não afirmar-se na relação com a totalidade, mas na relação consigo mesmo) e, por isso, depois, acabam sozinhos num esconderijo, perguntando-se sobre o sentido da vida. Por isso é tão decisivo. Para a minha realização, devo entender o que estou fazendo no mundo, porque sem isto vou me perder inexoravelmente. Mas, como entender essa coisa? Como entender o que estou fazendo no mundo? A que sou útil?
Para responder a esta pergunta é preciso entender qual é o sentido do mundo, qual é o significado do mundo. E isto, amigos, para nós, é misterioso: qual é o sentido da totalidade, qual é o sentido do mundo, da história? Como dizia São Paulo: "Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação. Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-Lo como que às apalpadelas, pois na verdade Ele não está longe de cada um de nós" [7]. Seria, de fato, difícil descobrir o sentido do mundo - ou, em outras palavras, a Deus -, e por isso mesmo a minha utilidade neste mundo, se permanecessémos no escuro, neste mistério: "Por toda a vida, a verdadeira lei moral seria a de estarmos suspensos ao aceno deste 'senhor' desconhecido, atentos aos sinais de uma vontade que nos apareceria através da pura e imediata circunstância. Repito: o homem, a vida racional do homem deveria estar suspensa ao instante, suspensa a cada instante a este sinal aparentemente tão volúvel, tão casual, que são as circunstâncias" [8]. Em termos teologicamente eruditos, Santo Tomás afirma: "a verdade sobre Deus, registrada pela razão, chegaria aos homens por meio de poucos, depois de longo tempo e de mistura com muitos erros" [9].
Mas, o Mistério teve piedade de nós: vendo-nos tão fracos, teve piedade de nós e entrou na história para nos revelar o que, sozinhos, não seríamos capazes de penetrar, tornou-Se um homem para ajudar os homens a serem si mesmos, para revelar o sentido último do mundo e ajudá-los a entender o significado da vida. Jesus Cristo usou uma expressão para descrever qual é o significado do mundo: o reino de Deus. Todo o valor da realidade está em construir o reino de Deus, está em participar da construção deste reino, ou seja, participar da construção de um mundo que corresponda ao Ideal que se fez carne. Por isso, deum contribuição fundamental para entender o nosso lugar no mundo. O meu valor e o seu valor estão na medida em que colaboramos com o reino de Deus, na medida em que ajudamos a humanidade a caminhar no rumo da felicidade. Porque é somente participando deste reino - que é o reconhecimento da Sua presença entre nós - que o indivíduo pode alcançar a própria felicidade, a própria realização.
Vocês têm que trabalhar sobre cada uma dessas frases, se perguntando: é verdade ou não é verdade? Não é que, agora, vocês devem repetir as frases como se fossem uma sequência lógica e, então, o problema se resolveu; não! Vocês têm que perguntar, porque, de outra forma, não irão entender o alcance daquilo que nos dizemos e, depois, vão acabar decidindo sem pensar, já que não entenderam. Nestas passagens se joga, de fato, a vida. Por isso, este é um momento precioso, fundamental, para darem um salto na consciência de quem sou eu, de o que estou fazendo no mundo e qual é o sentido do mundo.
"Para a escolha da vocação, portanto, o critério não pode ser outro que: como eu, com tudo o que sou espiritual e intelectualmente, como temperamento e como educação, como físico, posso servir mais ao reino de Deus" [10].

2) A descoberta da vocação
Como posso entender os sinais que me permitem esclarecer a forma como posso servir mais ao reino de Deus? Devo localizar aquele complexo que eu sou para poder entender como posso usar tudo o que tenho, tudo que trago comigo e que me foi dado, para a utilidade do reino de Deus.
Tomo o que disse padre Giussani e o subdivido, para maior clareza em três grandes critérios.
O primeiro critério a ser olhado é o complexo de inclinações ou dotes naturais. Cada um de nós traz consigo uma série de capacidades, desejos, ímpetos, um temperamento. São dons preciosos que devemos colocar a serviço de algo outro. Foram-nos dados, todos estes dons, para algo na vida, para serem usados, para viver: como eu posso usar todos estes dons que o Senhor me deu para servir mais ao reino de Deus? “Por exemplo, há um temperamento de inteligência que parece bobo quando se aplica à matemática, mas é genialíssimo quando se trata de construir [...] um conto: é um gênio literário, que em matemática pareceria um bobo. Se o forçam a fazer o Politécnico, lhe impedem de ser útil à humanidade” [11]. Se o professor, o pai, a mãe, a criança, a babá, o cachorro dizem: “Não... você tem que fazer o Politécnico”, eles “matam” você. Parece banal, mas você não conseguirá ficar contente, não conseguirá render, não será capaz de servir; você não terá encontrado o seu lugar no mundo e, por isso, será enganado, porque terá escolhido algo a partir de fora, não levando em consideração os dons que você recebeu. “Há, por exemplo, um tipo que é genial na arte musical. Se o obrigarem a fazer Direito, certamente seu rendimento diminuirá e, portanto, se torna mais difícil o seu caminho, visto que as duas coisas coincidem sempre. A intensidade ou a beleza... a beleza do caminho – já que a beleza é o esplendor do verdadeiro – coincide com a utilidade que realizamos no mundo [...]. A beleza do caminho corresponde à verificação [no sentido de tornar-se verdadeiro] da nossa vocação. Portanto, para localizar este condicionamento [este complexo de dons recebidos, de inclinações, de dotes], antes de mais nada é necessário a atenção aos próprios dotes naturais, ou capacidades [atenção àquilo que tenho como tendência, como facilidade, tenho como gênio]. Como se chama aquele fenômeno que faz os dotes e as capacidades naturais virem à tona? Se chama ‘inclinação’, a inclinação. [...] A natureza nos introduz aos ideais, mas sempre através de um gosto ou de uma inclinação, um prazer ou uma necessidade. [...] Por isso, a primeira grande regra prática é [...] a simplicidade” [12], a sinceridade de olhar e reconhecer e abraçar estes dons como o primeiro sinal que a realidade me oferece para entender o que faço no mundo. O erro mais grave que se pode cometer na determinação da própria vocação “é se colocar em uma condição de desconfiança quanto às próprias inclinações, quanto ao gosto, quanto ao prazer autêntico [...] e natural” [13]. Podemos resumir assim: os dotes, o temperamento, as tendências de que somos constituídos são aquilo para o que devemos olhar, porque são aquilo através do que o Mistério nos chama, dando-nos esta capacidade, estas inclinações dentro de nossa carne; não nos manda um anjo, mas nos plasma a partir de dentro de nossas vísceras, para dizer-nos a que nos chama, porque é Ele que nos fez assim. Por isso, também a orientação profissional, por exemplo, deverá levar em consideração estas tendências nativas como um modo de encaminhar-se para onde Deus, através das capacidades que nós dá, nos chama. Chama você, mas chama você não de fora, chama você dando a você todas estas inclinações.
Segundo critério: as condições inevitáveis ou as circunstâncias inevitáveis. Padre Giussani diz que “a circunstância inevitável é certamente – como dizer? – a coisa mais amiga que temos no mundo, porque é o fator mais evidente da nossa existência. Porque na avaliação das nossas inclinações e dos nossos dotes, frequentemente há a possibilidade da incerteza, ou o medo” [14]... Nem todos são Mozart e têm a clareza dos dons e dos dotes tão claramente desde o princípio; às vezes, não é tão evidente assim, enquanto que as circunstâncias inevitáveis são evidentes e uma pessoa, por exemplo, pode querer fazer astronomia porque é, de fato, dotado para isso, mas – pensemos – por uma circunstância familiar, por falta de recursos, uma circunstância de fato inevitável, não pode fazer esse curso, porque a família passou mal pela crise econômica. Então, o resultado disso é que ele tem que começar a trabalhar. Circunstâncias inevitáveis determinam a possibilidade ou não de fazer certas coisas: alguém quer fazer ciclismo ou participar das Olimpíadas porque é, de fato, bem dotado atleticamente, mas sofre um acidente e fica manco. Para entender o que está fazendo no mundo, o primeiro movimento não pode ser ficar com raiva, mas aceitar esta circunstância inevitável. Imaginem que aquela pessoa, que ficou manca, ficasse de cabeça dura insistindo em dizer “Não, eu quero ir às Olimpíadas”; seria uma teimosia, um capricho” Do ponto de vista vocacional, padre Giussani diz: “A circunstância inevitável é 100%, com certeza absoluta, sinal do caminho a ser seguido. Por isso, não existe nada de mais amigo, de mais facilmente amigo nosso, do que a circunstância inevitável, o fato” [15]. Acrescento ainda um aspecto fundamental, uma nota fundamental: nada disso é fatalidade, o destino não é o fato: tudo – mas tudo mesmo – se torna instrumento de vocação! Você está seguro de que se tornando um atleta vai atingir a sua plenitude e a satisfação mais facilmente do que através daquela circunstância inevitável? Não. Abraçar este acidente como parte do caminho em direção ao destino é esperar, curioso, como o Senhor vai fazer para me levar até à felicidade, através do meu ser manco. Mas não introduz uma dúvida! Não fico ali lamentando-me por toda a vida. Antes: esta condição inevitável se torna elemento fundamental através do qual o Mistério me fará chegar ao destino, ao ideal, à felicidade. Se, porém, paramos na raiva, será a nossa tumba, porque na vida podem acontecer muitos acidentes de percurso que são inevitáveis, mas se nós não tivéssemos a possibilidade de que a vida continuasse a ter um sentido (e pensamos que apenas certas pessoas, com certas capacidades, podem atingir o escopo da vida), dependeremos apenas do acaso. Pelo contrário, qualquer circunstância é parte da conquista do destino, da felicidade. E isto é, de fato, libertador, porque a felicidade não depende do sucesso mundano, mas do meu serviço ao todo, ao reino de Deus (por isso, pode ser a mesma coisa ser um porteiro ou um ministro).
Terceiro critério: a necessidade social, ou melhor, a necessidade do mundo e da comunidade cristã. Vocês têm que olhar de frente para o mundo, neste momento: do que ele precisa? Do que a Igreja precisa? A comunidade cristã tem necessidade de quê? Cada um tem que olhar aquilo que percebe como mais urgente, porque pode haver épocas e situações nas quais a urgência de uma dedicação total a Deus é mais forte, em outro momento, porém, é mais decisivo que existam homens no meio da realidade, no trabalho, na família, que possam testemunhar, a partir de dentro das vísceras da sociedade, lá onde todos vivem, o que é a vida, qual o sentido do viver. Também assim podemos descobrir a que somos chamados.
“O juízo deve brotar do complexo destes fatores colocados juntos. Mas isto implica outra consideração: sem reflexão e sem uma comparação – a comparação dialógica – com a comunidade na sua função típica, ou seja, com quem guia a comunidade, é inevitável que o nosso modo de proceder seja instintivo e mecânico. Nós refletimos sobre todas as coisas, mas quanto a isso, do que depende toda a estrutura da nossa via no seu valor mais pessoal, deixamo-nos levar automaticamente por aquilo que sentimos. É preciso refletir; e refletir quer dizer se comparar com o próprio destino, com o próprio fim, com Deus, com o escopo da vida, com o servir ao reino de Deus. Quem tem ainda o problema intacto deve sentir o dever de recuperar imediatamente estes critérios; e que tem às suas costas fatores que não podem ser eliminados, também ele, mesmo que de outra forma, deve recuperar os mesmos critérios” [16]. Imaginem que vocês ganhem milhões; a coisa normal é perguntar a alguém onde colocar o dinheiro para não o perder fazendo investimentos malucos, não? Perguntar não é um dever, mas é um interesse: interessa-me fazer esta comparação para não perder o dinheiro. Certo, no final serei eu a decidir, mas me agradaria decidir com toda a consciência para que ele renda bem. Se isto acontece com o dinheiro, imaginem o que deveria acontecer com a vida: quero estar seguro de ter presente todos aqueles fatores que me permitem tomar uma decisão completa, porque a razão é a consciência de todos os fatores.

3) A escolha da vocação
Com tudo isso, fica claro que são duas as questões fundamentais para serem decididas, duas são as escolhas fundamentais que cada um de nós é chamado a fazer na vida.
a) A vocação como escolha do estado de vida
Há dois estados de vida fundamentais: um é o “normal”, natural, ou seja, o de colocar-se diante de Deus através da mediação de outra pessoa [17]. O que quer dizer colocar-se diante de Deus através da mediação de outra pessoa? Que, apaixonando-se, a pessoa que mais faz você vibrar, que mais abre você, que mais o lança, que mais chama a sua atenção para algo de outro é um mediador: você é chamado a se abrir à totalidade através deste fato que lhe aconteceu, que você carrega consigo. Se Deus dá a você aquela pessoa, não é para bloquear você naquele lugar, mas para abri-lo ainda mais ao Mistério, para abri-lo ainda mais àquela totalidade para a qual você foi feito: então, você começa a ter algum sinal de qual é a vocação a que Deus lhe chama. Você caminha em direção ao Destino através da mediação, na companhia da mediação de outro ou de outra. Neste sentido, uma pessoa segue a grande lei que une o homem a Deus através da realidade mundana, e uma pessoa assim diz: “Eu, com esta pessoa, vou até o fim do mundo”, vou até ao destino, sou chamado a ir ao destino com essa pessoa porque ela chama mais a minha atenção para o escopo da vida. Não é que esta pessoa me possa fazer feliz, porque não me fará feliz – atentos, porque nisso vocês erram sempre –, na medida em que o meu desejo é muito maior e onde isto se evidencia mais é exatamente aqui: nenhuma pessoa é capaz de despertar em você todo o desejo de felicidade como aquela pessoa, mas ao mesmo tempo nenhuma pessoa é mais incapaz de satisfazê-lo do que aquela mesma pessoa. Por isso, não se deve repreender o marido ou a mulher por causa dessa incapacidade, mas se deve entender que ela é parte da vocação, que aquela pessoa lhe é dada para despertar todo o desejo de caminhar juntos no rumo dAquele que é capaz de satisfazer o desejo (por isso, é uma vocação, porque é a possibilidade de chegar ao destino). Se você, pelo contrário, identifica o destino como sendo aquela pessoa e para nela, acontece como com todos: “Ah! Agora sei por que nasci!”. Qual se torna, na cabeça de vocês, a utilidade para o mundo? Querer aquela mulher, ponto! “Por que tenho que ir além? Por que tenho que me abrir para o além?”. Depois disso, sufocam e se separam, porque não são capazes mais de viver um com o outro: são tão feitos um para a outra que não conseguem mais viver juntos! Se cometemos esse erro, acabaremos como vemos que acabam tantos, hoje em dia, porque não compreendemos a natureza da experiência amorosa, daquilo para o que o Mistério nos faz, ao nos fazer assim: para que nos abramos mais Àquele que pode saciar a vida. “No âmbito cristão, a realidade deste estado [que é fazer uma família] é fundamental por que a isso é confiada a possibilidade mesma do prolongar-se do reino de Deus no mundo [através dos filhos]” [18].
Mas, na vida da Igreja há um outro estado de vida, que é aquele da virgindade, “que se constitui, também, numa função fundamental e que aparecerá também mais claramente na medida em que recuperarmos o motivo último e exaustivo pelo qual nos oferecemos a Deus: este motivo é a imitação de Cristo [Cristo, o Mistério feito carne, colocou na história uma modalidade de se ser útil ao reino de Deus que é viver para este reino, viver para fazer a vontade de Deus, dando toda a própria vida para isto: é exatamente o que fez Jesus, que não constituiu família, deu toda a sua vida para isso]. A imitação de Cristo é a lei de todos os cristãos, porém a escolha de um estado deste gênero toca objetivamente o seu vértice [uma vocação à virgindade toca o seu vértice], porque é a imitação do estado de Cristo na sua plenitude. O estado de Cristo na sua plenitude era um relacionamento com o Pai que, de um certo ponto de vista, como pessoa, não era mediado por nada [assim como no matrimônio o relacionamento com o Pai é mediado por outro, aqui o relacionamento com o Pai não é mediado por nada]” [19]. Aqueles que são chamados a este estado são chamados a um relacionamento único, imediato, direto com o Mistério. Esta é a virgindade: Deus chama, Deus introduz na vida uma semente, uma experiência do viver tal que torna você tão pleno, tão grato, que torna possível a você uma experiência de vida que lhe permite dizer: “Eu quero isto”, e isto lhe torna livre para dar toda a vida, não para mutilá-la. É por uma plenitude, não por um sacrifício, é por ter ficado fascinado por Cristo que uma pessoa sente a urgência de dar-Lhe tudo: “Eu sou para ti, Cristo”. Atenção, que ninguém pense neste caminho por outro motivo que não seja a plenitude! Não é porque é mais perfeito, não é porque é mais bonito, não; é porque a pessoa vive suspensa sobre um cheio e não quer perdê-lo por nada desse mundo, tanto é verdade que as pessoas que encontram essa plenitude, às vezes, nunca nem pensaram nesse caminho, mas, de repente, descobrem essa plenitude e dizem: “isso é demais, isso é bonito demais para não ser seguido”. Por isso, padre Giussani diz: “Cristo, com a sua virgindade, não era um mutilado. Por isso, o conceito de renúncia, se indica a ressonância psicológica que a existência gera naquele caso, do ponto de vista do valor, do ponto de vista ontológico, não é renúncia a algo, mas é o entrar na posse mais profunda e mais última das coisas. A virgindade de Cristo era um modo mais profundo de possuir a mulher, um modo mais profundo de possuir as coisas. Isto teve, por assim dizer, a sua realização no fato da ressurreição, através da qual Cristo possuiu todas as coisas, como nós possuiremos no fim do mundo. Neste sentido, a virgindade, no âmbito da comunidade cristã, é a situação paradigmática, exemplificativa, ideal de referência a todos” [20]. É o paradigma, o exemplo, o ideal não de uma não-posse, mas da posse verdadeira.
Outro dia, na pausa de uma aula na Católica [refere-se à Universidade Católica de Milão; ndt], uma garota veio até a mim para dizer, depois de anos de noivado: “Gostaria de voltar àquele primeiro momento, àquele primeiro vislumbre do relacionamento com meu namorado”, quando ainda não se tinham tocado: esta é a virgindade! E por que esta garota, depois de anos, ainda tem saudade daquele instante? Porque tudo o que aconteceu depois não foi capaz de recriar nem um pouquinho da plenitude que havia experimentado então. Esta garota está noiva ainda, mas deseja isto, deseja uma posse do outro assim, e ser possuída pelo seu noivo assim, como naquele primeiro instante comovente. A virgindade é um modo mais profundo de possuir a mulher, um modo mais profundo de possuir as coisas. E hoje, que é a Ascensão, é a festa disso: quando Cristo ressuscitado entrou na profundidade das coisas, possuindo-as. Também nós as possuiremos no fim dos tempos, é uma realização verdadeira, afetivamente falando, porque é aquilo a que todos somos chamados: “A virgindade, portanto, na vida da Igreja [no reino de Deus], representa a função suprema, tanto é verdade que a história da Igreja identificou o testemunho nas suas formas supremas em dois pontos: a virgindade e o martírio. A virgindade, no âmbito da comunidade cristã, constitui-se em função e testemunho para o fim da vida” [21]. Nela podemos gritar a todos: “Preste atenção no fato de que aquilo pelo que você ama a sua namorada, o seu namorado, aquilo pelo que você se casa, pelo que você tem filhos, tem um nome que eu grito para você através da minha vida: Cristo. E é possível aquilo pelo que você foi feito tendo a mulher e os filhos, existe, eu o testemunho para você. Por quê? Porque eu dou a vida para isso e a minha vida não existiria, não seria o que é se Ele não existisse. Seria impossível se Cristo não tivesse entrado na história e nos tivesse fascinado tanto a ponto podermos viver dEle”.
Quais dos dois caminhos abraçar, então? “A escolha entre um e outro caminho não pode ser uma ‘criação’ nossa, mas deve ser um ‘reconhecimento’ nosso. Devemos reconhecer algo para o que fomos destinados. Não deve ser uma decisão nossa no sentido de que a nossa vontade construa a própria posição, mas no sentido de que a nossa liberdade adira à indicação que nos assinala o caminho” [22]. Então, a questão fundamental para a escolha da vocação é nos educarmos ao Mistério, educarmo-nos a permanecer escancarados, tesos a descobrir os sinais através dos quais eu possa entender a que sou chamado.
E isto, tantas vezes, é complicado, amigos. Porque somos feitos para o “portanto”, devemos chegar à clareza e, por isso, queremos acelerar o caminho quando não nos é ainda claro – sentimos um estranho mal-estar, uma impaciência. Como essa posição é vertiginosa, queremos superá-la o mais rápido possível e, tantas vezes, acabamos errando; ao invés de esperar que emerjam os sinais através dos quais o Mistério me dá todas as indicações às quais devo obedecer, ou decidimos nós ou fazemos com que outros decidam por nós. Porque o caminho é, no fundo, uma obediência; é uma obediência que tem dentro de si tudo aquilo para o que eu fui feito, que leva em consideração todos os fatores que me tornam verdadeiramente o que eu sou, não é uma decisão “minha”.
b) A vocação como escolha da profissão
Tudo o que dissemos até agora nos ajuda a entender também o caminho da escolha da profissão a desenvolver, mas gostaria de sublinhar fundamentalmente uma coisa. “A concepção moderna da vida nunca se mostra tão distante do Espírito de Cristo como neste ponto. O critério com o qual a mentalidade de hoje habitua a olhar o futuro tem como centro o proveito, o gosto ou a facilidade do indivíduo. O caminho a escolher, a pessoa a amar, a profissão a desempenhar, a faculdade em que se matricular, tudo é determinado de modo a erigir como critério absoluto a utilidade particular do indivíduo. E isto parece tão óbvio e normal que a subversão causada pelo chamado se mostra, mesmo a muitas pessoas de bem, um desafio ao bom senso, um fanatismo, um exagero. São acusações repetidas até por educadores que se sentem cristãos, ou por pais preocupados com o sucesso humano dos filhos: os juízos nas situações privadas e públicas, os conselhos para bem viver, as advertências e repreensões, tudo é ditado por um ponto de vista do qual estão totalmente ausentes a devoção ao todo e a preocupação com o Reino, e a realidade de Cristo é exilada” [23]. Podemos ser de GS [Giuventù Studentesca – Juventude Estudantil –, é o âmbito dos colegiais de Comunhão e Libertação; ndt], podemos ter encontrado a Cristo, mas no momento decisivo das escolhas fundamentais Ele não tem nada que ver. Por isso, é dramático este momento, só de falar sobre isso sinto arrepios; imagino que arrepios vocês que estão para escolher devem sentir, tanto é contrário a toda a mentalidade no qual estamos imersos.
Vocês entendem por que é uma luta? A luta em nós é entre seguir a voz única do ideal (que seja aquela a nos indicar o caminho) ou deixar-nos engolir pela mentalidade do mundo. Se não nos dizemos estas coisas, não somos amigos; eu digo isso a vocês porque sou amigo de vocês, porque a questão é o objetivo da vida, a questão é o que estamos fazendo aqui. Se nós, neste momento-chave da decisão, não vinculamos a escolha da profissão ao o que estamos fazendo aqui, nos perderemos pelo caminho. “‘O que o todo poderá me dar? Como obter o maior proveito possível do todo?’: estes são os critérios imanentes à sabedoria mais difundida e ao bom senso mais reconhecido. A mentalidade cristã, ao contrário, derruba essas perguntas, as contradiz e as mortifica e agiganta o imperativo exatamente oposto: ‘Como eu poderei doar-me, com aquilo que sou, servir mais ao todo, ao Reino, a Cristo?’. Este é o único critério educativo da personalidade humana redimida pela luz e pela força do Espírito de Cristo” [24].
“Na escolha do trabalho e da profissão deve vir à tona aquela terceira categoria sobre a qual falamos [antes]: as necessidades da sociedade. Mas, para o cristão estas não podem ser um critério isolado de outro conceito mais profundo: a necessidade da comunidade cristã” [25]. Então, o que significa, no fundo, esta disponibilidade se não prontidão, disponibilidade à vocação? É isto que devemos pedir: que o Senhor nos dê a graça de ver todos os sinais que nos permitem identificar a vocação de modo tal que não nos enganemos no caminho e nos tornemos disponíveis – porque, às vezes, podemos ver com muita clareza e não estarmos disponíveis.
“A profunda disponibilidade de toda a própria vida no serviço ao todo é de extrema importância exatamente também para compreender qual a função que se é chamado a desempenhar, qual a vocação pessoal” [26]. Porque a vocação, amigos, não é uma ordem, ninguém ordena nada a vocês aqui, nesta manhã, nem mesmo Cristo deu uma ordem; é uma sugestão, um convite, uma possibilidade entrevista, e deixa intacta a liberdade de vocês. Depois de tudo o que dissemos, toda a liberdade, dramaticamente, está nas mãos de vocês.

Notas
[1] CHIEFFO, C. “Parsifal (Canzone dell’ideale)”, em Canti. Milano: Cooperativa Editoriale Nuovo Mondo, 2002, p. 236.
[2] Idem.
[3] CHIEFFO, C. “Il popolo canta”, em Cantos. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2002, p. 292.
[4] GIUSSANI, L. O caminho para a verdade é uma experiência. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2006, p. 143.
[5] RILKE, R. M. “Segunda Elegia”, em Poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 115.
[6] GIUSSANI, L. Intervento alle Vacanze Maturati, Campitello, 28 a 30 de julho de 1964 [Arquivo de CL].
[7] At 17, 26-27.
[8] GIUSSANI, L. O senso religioso: primeiro volume do PerCurso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000, pp. 186-187.
[9] AQUINO, T. Summa Theologiae, Q. I, Art. 1, 1.
[10] GIUSSANI, L. “La vocazione della vita”, em Tracce – Litterae Communionis, n. 6, julho de 2005, p. 2.
[11] GIUSSANI, L. Intervento alle Vacanze Maturati, Campitello, 28 a 30 de julho de 1964 [Arquivo de CL].
[12] Idem.
[13] Idem.
[14] Idem.
[15] Idem.
[16] GIUSSANI, L. “La vocazione della vita”, em Tracce – Litterae Communionis, n. 6, julho de 2005, p. 4.
[17] Idem, p. 2.
[18] Idem.
[19] Idem.
[20] Idem, pp. 2-3.
[21] Idem, p. 3.
[22] Idem, p. 4.
[23] GIUSSANI, L. O caminho para a verdade é uma experiência. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2006, pp. 144-145.
[24] Idem, p. 145.
[25] GIUSSANI, L. “La vocazione della vita”, em Tracce – Litterae Communionis, n. 6, julho de 2005, p. 5.
[26] GIUSSANI, L. O caminho para a verdade é uma experiência. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2006, p. 145

* Extraído do Site Internacional de Comunhão e Libertação. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco, sem correção do autor.