"O 'sim' de Pedro a Cristo produz uma realidade nova através do perdão. Enquanto Jesus pergunta 'Simão, tu me amas?', destrói cada ressentimento, cada recordação de todas as traições daquele pobre homem que estava diante dEle. Para que o 'sim' de Pedro produza uma nova humanidade, um povo novo, um fluxo humano diferente, desperto, vigilante, com uma mentalidade e um olhar que vê, julga, trata as coisas de um modo diferente daquele do mundo, para que este 'sim' se torne evidente na sua fecundidade, decisivo para a história da humanidade, protagonista dos eventos humanos, a condição é que ele se exalte, se apoie, construa sobre o perdão, aceitando-o. Aceitar o perdão é talvez a coisa mais difícil, ainda que muito simples.
O 'sim' de São Pedro cria o povo novo sobre o perdão, é pronunciado pela consciência que aquele rosto que lhe pergunta 'Simão, tu me amas?' é cheio de perdão. O 'sim' de Pedro é construído sobre este perdão e consegue que ele seja para todos. É por isso que o Abade diz a Miguel Mañara que tudo aquilo que pode ter feito no seu passado é como que reduzido a zero. É preciso uma potência infinita para reduzir a nada aquilo que existe. O perdão é, antes de mais, uma redução a nada de todo o mal que eu fiz. Mas também de todo aquele mal que farei, porque daqui a um mês, daqui a um ano, formalmente eu deverei dizer o mesmo que disse hoje. Uma mãe e um pai verdadeiros conhecem um pouco do significado desta onipotência, quando anulam a lembrança dos pequenos e grandes erros que as crianças cometem. (...) E este perdão nunca acabará, pelo contrário deverá aumentar com o tempo que passa."
(GIUSSANI, Luigi. Generare tracce nella storia del mondo: nuove tracce di esperienza cristiana. 1998, pp. 122-123).
Nenhum comentário:
Postar um comentário