Asunción, 26 de dezembro de 2009.
Caros amigos,
Hoje, dia do Natal, meu filho Aldo Trento completa 13 anos. Estou feliz porque é muito bonito, e é bonito porque é o esplendor da verdade, da evidência de que é relação com o Mistério. A minha consciência de ser “eu sou Tu que me fazes” é a sua consciência e, por isso, ele ri, chora e faz seus caprichos. Mas, se eu não estivesse certo de ser unicamente relação com o Mistério, não poderia, absolutamente, definir-me como pai, e esta criança toda deformada (é a imagem de Hermano, o Coxo) não se conceberia como meu filho e, portanto, não poderia se sentir feliz. Uma das maiores dores que eu vivo é encontrar pais, mesmo do movimento, que me dizem: “padre, o ginecologista me disse que muito provavelmente nosso filho nascerá com um defeito etc.”. Deixam-me louco... e respondo: “mas que pais são vocês para quem basta um defeito possível do filho ainda não nascido para ficarem em crise? O filho de vocês vale pelo defeito que tem ou pode ter, ou porque é filho de vocês e, mais verdadeiramente, relação direta com o Mistério?”. E, depois, vêm falar de fé, esperança e caridade! Vocês entendem que qualquer filho, deformado ou violentado como as minhas crianças, são de qualquer maneira “eu sou Tu que me fazes”? Por que olhar para o limite? E, depois, temos a audácia de nos escandalizar com o que fez Hitler. Não somos diferentes quando escolhemos o aborto para uma má-formação ou quando voltamos do ginecologista em crise porque ele nos disse que nosso filho não será, provavelmente, como o concebemos na nossa mente tão Euclidiana. Eu dizia a um pai que se lamentava da possibilidade de que seu filho nascesse com problemas: “amigo, você se dá conta de que esta pequena hóstia branca é relação com o Mistério, foi designada assim por Deus?... Então, fixe os olhos nesta beleza e louve Àquele que fez grandes coisas na sua vida, dando para você um filho que é uma obra prima, que vai lembrar a você sempre, enquanto você viver, que também você é ‘eu sou Tu que me fazes’”.
O que queremos: pequenas barbies ou deixar que Deus nos dê aquilo que Ele sabe que será de maior ajuda para entender que somos relação com o Mistério?
Eu, sem este filho, estes filhos (tenho também Lúcia, de 6 meses, que nasceu sem olhos e sem nariz... mas que é bela, é um tesouro... move-se como uma topeira, coloca a língua para fora todo o tempo porque se incomoda com a sonda que a alimenta), não teria a alegria e a graça de viver vibrando na certeza de poder dizer, em cada momento: “Tu, ó meu Cristo!”.
Comovam-se com a foto dos meus dois filhos mais provados fisicamente nesse momento.
Aldo Trento faz 13 anos porque, quando eu o adotei, o juiz me disse: “quanto anos quer que ele tenha e quando deseja que ele tenha nascido?”. Faz dois anos, e eu lhe respondi: “nascido no dia 25 de dezembro, como o menino Jesus... e no ano de 1996, um ano muito significativo para mim”.
Rezem por mim e por ele.
Obrigado
Aldo
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