"A coisa mais importante é o senso da dependência total do próprio eu, do próprio ser... de tal forma dependência total que tem necessidade de misericórdia todos os dias, todas as horas, todos os momentos (a misericórdia faz supor uma dependência mais misteriosa e injustificável); e o pedido, que não pode ser deturpado pela segurança, mas que é tornado mais pobre pela segurança, porque a segurança no pedido não nasce do pedido, nasce também da grandeza do Tu (isto é, estamos falando ainda da misericórdia); e portanto o desejo de mudar os próprios gestos, que os próprios gestos mudem - quer comam, quer bebam, quer vigiem, quer durmam -, que todos os próprios gestos mudem, se tornem mais verdadeiros (e também isto é misericórdia).
(...) Viver com pessoas que têm a consciência de que tudo é misericórdia é diferente de viver com quem não tem essa consciência. Tem uma facilidade - a palavra facilidade é um pouco grosseira -, tem uma facilidade de bondade, tem uma humildade, tem uma possibilidade de correção, tem uma falta de medo de ofender ou de ser ofendido, tem uma paz (chama-se paz)."
(GIUSSANI, Luigi. "Tu" (o dell'amicizia), 1997, p. 198)
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