segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cartas do P.e Aldo 152



Asunción, 23 de julho de 2010.

Caros amigos,
“Sião dizia: ‘O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-me!’. Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E MESMO QUE ELA O ESQUECESSE, EU NÃO TE ESQUECERIA NUNCA” (Is 49, 14-15).
Eis, amigos, a última filha que me foi dada. Abandonada pela mãe (acreditamos que seja uma menina) perto de um arbusto numa praça. Garotos que brincavam, vendo algo que se mexia dentro de um saco de lixo, com um pedaço de pau (pensando que dentro do saco tivesse algum animal) tocaram e moveram o saco... e tiveram esta surpresa. Já faz 10 dias que está conosco. Meu Deus: “Se não fóssemos TEUS seríamos criaturas finitas”; ou melhor: pedras.
E vejam que comoventes as palavras de Isaías que recitamos nas Laudes do sábado! De fato, a minha única alegria, toda a consistência da minha vida, toda a força necessária para não morrer com o “coração partido”, está nas palavras do profeta. Não posso viver um instante sem olhar no rosto estas palavras. De outra forma, não resistiria, não daria conta. Somos, de verdade, malvados sem Jesus.
“Eu sou Tu que me fazes”. Amigos, ou isto é o conteúdo do nosso eu, ou arriscamos nos tornar pedras – talvez na praia, nessa época do ano, para tomar sol... mas pedras. A pequena Maria Vitória Milagres (este é o nome programático que eu lhe coloquei) comove o nosso coração porque é a evidência do milagre, da vitória de Cristo sobre o mal. E, por isso, o primeiro nome é Maria, que, para mim, recorda toda a minha história e as três pessoas mais caras que são o coração desta grande história, na qual a paixão e a morte de Cristo convivem cada dia com a beleza da Ressurreição. Amigos... mas, que história é essa de “problemas”: Cristo ressuscitou e o meu bebê grita isso para todos. Olhem para ela, comovidos porque é o sinal potente da vitória de Cristo.
Boas férias,
mas com Maria Vitória Milagres nos olhos.
Padre Aldo

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