sexta-feira, 16 de julho de 2010

Não vês?

Tomo a liberdade de publicar uma poesia que meu irmão postou em seu blog - Dois Lobos - no último dia 13 de julho... Faço-o justificado pela dinâmica natural que acontece em quem, vendo algo de belo, o aponta para outra pessoa. Obrigado, Luiz!

Passastes por mim
Minha sede
Intempestiva
Agarrou-se às
Pernas de alguém
Próximo
Que eu não via

Quem é esse homem?
Diz logo, quem é?
É Jesus, o carpinteiro
Filho de Maria
E José
Filho de Israel
Não o vês?

Eu o vejo
Na noite dos
Meus olhos
Opacos
O seu nome
É Inesquecível
Príncipe do Amor

Jesus Cristo!
Jesus!
Homem de Deus!
Tem misericórdia!
Tem compaixão!
Eu sou cego
Não me vês?

Filho de Davi
Tu passastes
Ao largo
E não te
Compadecestes
Da escuridão
Dos meus olhos?

E o meu corpo
Sofrido
E o braço
Latejante
A vida que é
Sombra
Não percebes?

És cego também?
Ou és indiferente?
Tem amor
Por mim, Jesus!
Eu clamo
A tua luz
Não vês?

Cale a tua boca
Cego maldito
É Jesus
O Nazareno
Deixe
O Redentor
Em paz

Levanto
Caio
Tropeço
Saio diante
Dos que me
Desejam calado
Mas chego a ti

Jesus?
Jesus?!
Teu manto
O pé ferido
A sandália
A barba
O cabelo

Vês este que sou?
Quero ver-te!

Filho
Sou eu
Passei por ti
Vi a tua
Cegueira
E me compadeci
Queres ver?

Jesus...

Luiz Fernando de Andrada Pacheco
13/07/2010

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