segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Comentário ao evangelho do dia

Santa Edith Stein

Evangelho - Mt 17,22-27
Naquele tempo: Quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galiléia, ele lhes disse: "O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará". E os discípulos ficaram muito tristes. Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do Templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: "O vosso mestre não paga o imposto do Templo?". Pedro respondeu: "Sim, paga". Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se, e perguntou: "Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?". Pedro respondeu: "Dos estranhos!". Então Jesus disse: "Logo os filhos são livres. Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que tu pescares. Ali tu encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti".

Comentário feito por Santa Edith Stein (1891-1942)
carmelita, mártir co-padroeira da Europa 

A união da alma com Cristo não é o mesmo que a comunhão entre duas pessoas humanas: começa com o batismo e é constantemente reforçada com os outros sacramentos, é uma integração e um impulso de seiva – como nos diz o símbolo da videira e dos ramos (Jo 15). Este ato de união com Cristo provoca uma aproximação membro a membro entre todos os cristãos. Assim, a Igreja toma a figura do Corpo Místico de Cristo. Este corpo é um corpo vivo e o espírito que o anima é o Espírito de Cristo que, partindo da cabeça, se comunica a todos os membros; o espírito que emana de Cristo é o Espírito Santo, e por conseguinte a Igreja é o templo do Espírito Santo (cf 1Co 6, 19). Mas, apesar da real unidade orgânica da cabeça e do corpo, a Igreja encontra-se ao lado de Cristo como uma pessoa independente. Enquanto Filho do Pai Eterno, Cristo vivia antes do início dos tempos e antes de qualquer existência humana. Pelo ato da criação, a humanidade vivia antes de Cristo tomar a natureza humana e ser integrado nela. Pela Sua encarnação, Ele trouxe à humanidade a Sua vida divina. Pela Sua obra de redenção, tornou a humanidade capaz de receber a graça. [...] A célula primitiva desta humanidade resgatada é Maria: é nela que se realiza pela primeira vez a purificação e a santificação operadas por Cristo, é Ela a primeira a ser cheia do Espírito Santo. Antes de nascer da Santíssima Virgem, o Filho de Deus criou esta Virgem cheia de graça e, nela e com ela, a Igreja. É por isso que, sendo uma criatura distinta dEle, a Igreja se encontra a Seu lado, embora indissoluvelmente ligada a Ele. Qualquer alma purificada pelo batismo e elevada ao estado de graça é, por essa mesma razão, criada por Cristo e nascida para Cristo. Mas é criada na Igreja e nasce pela Igreja. [...] Assim, a Igreja é a mãe de todos aqueles a quem se destina a redenção. E o é pela sua união íntima com Cristo, e porque se realiza a Seu lado na qualidade de Esposa de Cristo, para colaborar na Sua obra de redenção.

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