sábado, 5 de março de 2011

Comentário ao evangelho do dia

Evangelho - Mc 11,27-33
Naquele tempo, Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Enquanto Jesus estava andando no Templo, os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram: "Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?". Jesus respondeu: "Vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, eu vos direi com que autoridade faço isso. O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me". Eles discutiam entre si: "Se respondermos que vinha do céu, ele vai dizer: 'Por que não acreditastes em João?'. Devemos então dizer que vinha dos homens?". Mas eles tinham medo da multidão, porque todos, de fato, tinham João na qualidade de profeta. Então eles responderam a Jesus: "Não sabemos". E Jesus disse: "Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas".

Comentário feito por Santo Hilário (c. 315-367)
Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja 

Vem do Pai, este Filho que se Lhe assemelha. Vem dEle, este Filho que podemos comparar com Ele, pois Se parece com Ele. É Seu igual, este Filho que faz as mesmas obras que Ele (Jo 5, 19). [...] Sim, o Filho faz as obras do Pai; e é por isso que nos pede para acreditarmos que Ele é o Filho de Deus. Ele não se arrogaria um título que não Lhe fosse devido; não é sobre as Suas próprias obras que Ele apoia as Suas reivindicações. Não! Ele dá testemunho de que não são as Suas obras, mas as de Seu Pai. E atesta assim que o brilho das Suas ações Lhe advém do Seu nascimento divino. Mas como é que os homens poderiam ter reconhecido nEle o Filho de Deus, no mistério deste corpo que Ele tinha assumido, neste homem nascido de Maria? Era para fazer penetrar nos seus corações a fé nEle que o Senhor fazia todas estas obras: "Se faço as obras de Meu Pai, então, mesmo que não queirais acreditar em Mim, acreditai ao menos nas Minhas obras" (Jo 10, 38). [...] Se a humildade do Seu corpo parece um obstáculo para crermos na Sua palavra, Ele nos pede para, pelo menos, crermos nas Suas obras. De fato, porque é que o mistério do Seu nascimento humano havia de nos impedir de compreender o Seu nascimento divino? [...] "Se não quiserdes acreditar em Mim, acreditai nas Minhas obras, para saberdes e reconhecerdes que o Pai está em Mim, e Eu no Pai". [...] Tal é a natureza que Ele possui pelo nascimento; tal é o mistério de uma fé que nos assegurará a salvação: não dividir Os que são Um, não privar o Filho da Sua natureza, e proclamar a verdade do Deus Vivo nascido do Deus Vivo. [...] "Como o Pai que Me enviou vive, também Eu vivo pelo Pai" (Jo 6, 57). [...] "Como o Pai tem a vida em Si mesmo, também deu ao Filho a possibilidade de ter também a vida em Si mesmo" (Jo 5, 26).

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