sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Comentário ao evangelho do dia


Nossa Senhora do Rosário

1ª Leitura - At 1,12-14
Depois que Jesus foi elevado ao céu, os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro. Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago. Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.

Evangelho - Lc 1,26-38
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!". Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim". Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?". O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível". Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!". E o anjo retirou-se.

Comentário feito por Luigi Giussani (1922-2005)
fundador de Comunhão e Libertação

“Maria, então, disse: ‘Eis a serva do Senhor’. [...] E o anjo retirou-se” (cf. Lc 1,38). Pensemos agora no momento em que Maria fica sozinha em casa: sozinha diante daquela coisa enorme que lhe havia sido proposta, que lhe havia sido dita. Nada a impediria de dizer: “Não escutei nada, foi uma ilusão!”. Mas não é isso que acontece. Daqui nasce [...] a energia, a força para permanecer no Senhor, para permanecer naquilo que vimos. Nós, ao contrário, diante da primeira dificuldade, criamos uma objeção, dizemos: “Não é verdade”. Maria fica sozinha, passa por todas as dificuldades, mas se mantém “firme”. Sua simplicidade está unida a uma força grandiosa e simples. O próprio Abraão tinha se lamentado; Moisés também tinha tremido: Maria, em sua solidão, está plenamente segura. Maria é uma fortaleza, grande e simples. [...] Uma simplicidade impávida (ou seja, repleta de emoção), que desafiou a vida inteira, sozinha com “aquela coisa” que lhe havia sido dita. Sozinha diante das pessoas que não creem, diante do trabalho que tem a fazer: a solidão existe, mas existe também a sua adesão ao Senhor. O que nunca deve diminuir em nós é a adesão da nossa fé: quando já não existem as emoções, quando você já não tem o vigor do início, quando não estão ali os amigos, o que deve continuar a existir é a nossa fidelidade à adesão que demos a Cristo. [...] Os três elementos que distinguem a maturidade da fé são: 1. A consciência de pertencer a um Outro (pertencer, com todo o peso que carregamos, com todos os nossos pecados, ao Corpo visível de Cristo, a Sua Igreja). 2. A energia do “sim”: a simplicidade da liberdade. Nada se transforma em objeção. Uma simplicidade que nos permite viver como homens conscientes. (Você precisa dizer “sim”, pois, com os “mas” e “porém”, jamais chegará à convicção.). 3. A fidelidade: a energia para permanecer no Senhor, em sua Igreja.

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