quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Ciências humanas e...

Hoje, estas disciplinas já não são cultivadas (...), mas sucederam-lhe outras ciências humanas, como a psicologia, as ciências sociais, a comunicação social. Com elas pretende-se compreender mais profundamente o homem quer na sua dimensão pessoal profunda, quer na sua dimensão externa de construtor da sociedade, na justiça e na paz, e de comunicador da verdade. Precisamente porque estas ciências se referem ao homem não podem prescindir da referência a Deus. De fato, o homem, quer na sua interioridade quer na sua exterioridade, não pode ser plenamente compreendido se o não reconhecermos aberto à transcendência.
Privado da sua referência a Deus, o homem não pode responder às perguntas fundamentais que agitam e agitarão sempre o seu coração em relação ao fim e, por conseguinte, ao sentido pleno da sua existência. Consequentemente, nem sequer é possível inserir na sociedade aqueles valores éticos, os únicos que podem garantir uma convivência digna do homem. O destino do homem sem a sua referência a Deus só pode ser a desolação da angústia que conduz ao desespero. Só em referência ao Deus-Amor, que se revelou em Jesus Cristo, o homem pode encontrar o sentido da sua existência e viver na esperança, mesmo se na experiência dos males que ferem a sua existência pessoal e a sociedade na qual vive. A esperança faz com que o homem não se feche num niilismo paralisante e estéril, mas se abra ao compromisso generoso que Deus confiou ao homem ao criá-lo à sua imagem e semelhança, uma tarefa que confere a cada homem a maior dignidade, mas também uma enorme responsabilidade.
(...)
Mas, queridos estudantes, a formação é também responsabilidade vossa. O estudo exige certamente ascese e abnegação constantes. Mas precisamente por este caminho a pessoa forma-se para o sacrifício e para o sentido do dever. De fato, o que hoje aprendeis é o que amanhã comunicareis, quando vos for confiado pela Igreja o ministério sagrado ou outros serviços e cargos em benefício da comunidade. Aquilo que em qualquer circunstância poderá ser motivo de alegria para o vosso coração será a consciência de ter sempre cultivado a rectidão de intenções, graças à qual se tem a certeza de ter procurado e feito unicamente a vontade de Deus. Sem dúvida, tudo isto exige purificação do coração e discernimento.
Bento XVI
Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma
03 de novembro de 2006
* Texto completo disponível em www.zenit.org

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