Asunción, 26 de fevereiro de 2009.
Caros amigos,
Patrícia era uma jovem prostituta de 19 anos. Foi encontrada nua, violentada, destruída em todos os sentidos e trazida para cá. AIDS galopante. Assustada como um pintinho perdido. Lavada, limpa, beijada, abraçada: se transforma, sorri, se torna ela mesma, ela como início de consciência de “eu sou Tu que me fazes”. A sua necessidade de amor é maior do que a fome que a levou a comer papelão.
Um dia, ela disse à psicóloga: “eu vivia me prostituindo porque, pelo menos, assim, alguém me tocava, me beijava, ficava perto de mim... e me dava um pouco de dinheiro”.
Escutava comovido aquelas palavras, porque mesmo eu seria como ela se, naquele 25 de março de 1989, não tivesse sido abraçado por Giussani e por P.e Alberto e P.e Paulino, por P.e Massimo e, agora, por Carrón.
Depois daquela conversa, eu a beijei, abracei, e lhe disse que a amo. Finalmente, um pobre homem... mas diferente dos que a usaram... porque este pobre homem é continuamente consciente de ser abraçado por um Outro, mas um outro concreto. Como nos dias transcorridos na experiência dos responsáveis da América Latina e dos meus amigos, os Zerbini (fundadores da Associação Educar para Vida e da Associação dos Trabalhadores Sem-Terra de São Paulo; ndt), Julian de la Morena, Paulinho e Daf, e este meu povo, também ele nascido daquele abraço de 20 anos atrás. Que comoção quando, nos dias passados, pude compartilhar alguns dias de férias com os Zerbini, que estavam preocupados até mesmo com a minha dieta (sou diabético), com dar-me um quarto individual sabendo da minha dificuldades para dormir... e, quando voltei para Asunción, recebi imediatamente um telefonema deles para saber como eu havia chegado, se eu estava bem etc.
Um abraço que se torna sempre maior, porque o homem tem necessidade apenas disso. Que dor, quando vejo que tão frequementemente nós, padres ou consagrados, nos tornamos como ferro enferrujado, com um olhar apagado.
Assim, domingo, Patrícia, depois de 15 dias entre nós, recebeu o Batismo, a Crisma e a Primeira Comunhão. Gostaria de lhes mandar as fotos, mas me parece que no Norte do mundo certas fotos causam mal-estar, quando recordam que a realidade grita “Ele existe”.
De qualquer forma, desde domingo, Patrícia é só Patrícia, sem nenhum adjetivo ou substantivo ao lado. Desde ontem, ela começou a sorrir. Amigos, Patrícia sabe de uma coisa: “eu sou Tu que me fazes”. Como padrinhos: P.e Aldo e uma idosa do meu asilo (Casa Família) que não tem mais memória, mas que é, de vez em quando, tão consciente... sobretudo, quando a abraço e lhe falo com afeto.
Amigos caros, 4 pessoas morreram nestes dias... mas a morte agora sorri, não está mais com raiva, porque se deu conta de que a vida é mais forte e de que a vida é Jesus.
Um abraço
P.e Aldo
P.S.: Bernard Scholtz (presidente da Companhia das Obras; ndt) esteve aqui. Disse: “para mim, foi suficiente ler o que está escrito na porta da clínica para compreender que aqui é o início do paraíso: ‘Favor fechar a porta com delicadeza, acompanhando-a, porque a porta é Cristo’”. De resto, São Paulo diz: “a realidade é o corpo de Cristo”.
Toda educação aqui é pensada de forma a desenvolver esta experiência que o “Educar é um Risco” (obra de Luigi Giussani; ndt) expressa de modo excepcional porque real.
Patrícia era uma jovem prostituta de 19 anos. Foi encontrada nua, violentada, destruída em todos os sentidos e trazida para cá. AIDS galopante. Assustada como um pintinho perdido. Lavada, limpa, beijada, abraçada: se transforma, sorri, se torna ela mesma, ela como início de consciência de “eu sou Tu que me fazes”. A sua necessidade de amor é maior do que a fome que a levou a comer papelão.
Um dia, ela disse à psicóloga: “eu vivia me prostituindo porque, pelo menos, assim, alguém me tocava, me beijava, ficava perto de mim... e me dava um pouco de dinheiro”.
Escutava comovido aquelas palavras, porque mesmo eu seria como ela se, naquele 25 de março de 1989, não tivesse sido abraçado por Giussani e por P.e Alberto e P.e Paulino, por P.e Massimo e, agora, por Carrón.
Depois daquela conversa, eu a beijei, abracei, e lhe disse que a amo. Finalmente, um pobre homem... mas diferente dos que a usaram... porque este pobre homem é continuamente consciente de ser abraçado por um Outro, mas um outro concreto. Como nos dias transcorridos na experiência dos responsáveis da América Latina e dos meus amigos, os Zerbini (fundadores da Associação Educar para Vida e da Associação dos Trabalhadores Sem-Terra de São Paulo; ndt), Julian de la Morena, Paulinho e Daf, e este meu povo, também ele nascido daquele abraço de 20 anos atrás. Que comoção quando, nos dias passados, pude compartilhar alguns dias de férias com os Zerbini, que estavam preocupados até mesmo com a minha dieta (sou diabético), com dar-me um quarto individual sabendo da minha dificuldades para dormir... e, quando voltei para Asunción, recebi imediatamente um telefonema deles para saber como eu havia chegado, se eu estava bem etc.
Um abraço que se torna sempre maior, porque o homem tem necessidade apenas disso. Que dor, quando vejo que tão frequementemente nós, padres ou consagrados, nos tornamos como ferro enferrujado, com um olhar apagado.
Assim, domingo, Patrícia, depois de 15 dias entre nós, recebeu o Batismo, a Crisma e a Primeira Comunhão. Gostaria de lhes mandar as fotos, mas me parece que no Norte do mundo certas fotos causam mal-estar, quando recordam que a realidade grita “Ele existe”.
De qualquer forma, desde domingo, Patrícia é só Patrícia, sem nenhum adjetivo ou substantivo ao lado. Desde ontem, ela começou a sorrir. Amigos, Patrícia sabe de uma coisa: “eu sou Tu que me fazes”. Como padrinhos: P.e Aldo e uma idosa do meu asilo (Casa Família) que não tem mais memória, mas que é, de vez em quando, tão consciente... sobretudo, quando a abraço e lhe falo com afeto.
Amigos caros, 4 pessoas morreram nestes dias... mas a morte agora sorri, não está mais com raiva, porque se deu conta de que a vida é mais forte e de que a vida é Jesus.
Um abraço
P.e Aldo
P.S.: Bernard Scholtz (presidente da Companhia das Obras; ndt) esteve aqui. Disse: “para mim, foi suficiente ler o que está escrito na porta da clínica para compreender que aqui é o início do paraíso: ‘Favor fechar a porta com delicadeza, acompanhando-a, porque a porta é Cristo’”. De resto, São Paulo diz: “a realidade é o corpo de Cristo”.
Toda educação aqui é pensada de forma a desenvolver esta experiência que o “Educar é um Risco” (obra de Luigi Giussani; ndt) expressa de modo excepcional porque real.
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