Asunción, 11 de abril de 2009.
Caros amigos,
Hoje, eu e minhas crianças acompanhamos ao nosso cemitério o irmãozinho e meu filho mais novo, Joshua, de apenas cinco meses, que havia nascido com seis meses de gestação. Lembram-se dele, na foto? (clique aqui; ndt). Ontem à noite, um infarto o matou.
Mamãe Cristina, pela enésima vez, viu um outro de seus filhos adotivos morrer... Estava destruída... que fé! Foi, às 23h, pegá-lo no hospital onde estava internado, na terapia intensiva. Que tristeza! Que punhalada! Encontrou-o estirado num canto, dentro de um lençol como uma trouxinha. Trouxe-o para casa: estava todo ensanguentado... e ela também acabou por ficar: trouxe-o nos braços, por 40 km. Em seguida, já na clínica, o transformaram num anjinho. Vejam que bonito... (mando-lhes algumas fotos, para que vocês possam deixar-se surpreender pela beleza da Escola de Comunidade sobre a Esperança).
Hoje, eu e minhas crianças acompanhamos ao nosso cemitério o irmãozinho e meu filho mais novo, Joshua, de apenas cinco meses, que havia nascido com seis meses de gestação. Lembram-se dele, na foto? (clique aqui; ndt). Ontem à noite, um infarto o matou.
Mamãe Cristina, pela enésima vez, viu um outro de seus filhos adotivos morrer... Estava destruída... que fé! Foi, às 23h, pegá-lo no hospital onde estava internado, na terapia intensiva. Que tristeza! Que punhalada! Encontrou-o estirado num canto, dentro de um lençol como uma trouxinha. Trouxe-o para casa: estava todo ensanguentado... e ela também acabou por ficar: trouxe-o nos braços, por 40 km. Em seguida, já na clínica, o transformaram num anjinho. Vejam que bonito... (mando-lhes algumas fotos, para que vocês possam deixar-se surpreender pela beleza da Escola de Comunidade sobre a Esperança).
Depois, passamos toda a noite, na igreja, em companhia de Cristina. Que mulher! Ela olha para cada um de seus vinte filhos como Nossa Senhora olha para Jesus. E já viu morrer três deles e outros tantos que foram levados embora – depois de meses de atenção – por juízes que pediram que fossem reencaminhados à miséria de suas famílias. Quantas lágrimas vi Cristina derramar! E, no entanto, a esperança permite a ela que recomece sempre. Hoje mesmo disse “sim” a uma outra criança que chegou, cujos pais, doentes de AIDS, estão na nossa clínica. E nesta mesma manhã o funeral do pequeno Joshua.
No meu Fiat Uno, Cristina seguiu com o caixãozinho branco e o filhinho morto nos braços. Atrás de nós, a caravana dos meus outros filhinhos, de seus irmãozinhos. Chegados ao lugar do enterro, abrimos o caixão e todos rezamos. Depois, o colocamos na cova e eu pedi a todos que jogassem, cada um, um pouco de terra sobre o caixão. Disse-lhes: “vejam, crianças, Deus, diz a Bíblia, nos criou a partir da terra e à terra voltamos, como uma semente. Porém, o que acontece com a semente?”. E uma das crianças respondeu: “Morre para germinar e, depois, se torna uma planta”. “Bravíssimo! Assim aconteceu com a mamãe de Stefani, a de Victoria e a de Robert... que, como Joshua, estão sob a terra, mas, no fim do mundo, germinarão todos como as árvores na primavera”. É impressionante ver como as crianças escutam de forma viva essas coisas! Em seguida, dissemos “tchau” ao nosso irmãoziho e filho e fomos visitar as mamães mortas de Victoria, de Robert e de Stefani – mulheres mortas na clínica. E voltamos para a casa com lágrimas e um pedacinho de paraíso nos olhos e a consciência de termos vivido um pouco da Paixão de Jesus. Como a jovem mãe de Joshua, que morreu depois do parto... e como o próprio Joshua que, depois de cinco meses de solidão no hospital... ambos já haviam dividido com Jesus a Paixão. Como Aldino, como Victor e como Cristina que, nesta Sexta-Feira da Paixão, estão, em seus leitos, sofrendo com Jesus para que tenhamos a vida, ou seja, para que vivamos só e totalmente com Jesus e para Jesus.
Amigos, a dor é verdadeiramente necessária para que a vida, os nossos relacionamentos com a realidade, com Cristo e entre nós não se cristalizem em doutrina, mas sejam cheios de uma febre de vida.
Tchau. Com afeto,
P.e Aldo.
No meu Fiat Uno, Cristina seguiu com o caixãozinho branco e o filhinho morto nos braços. Atrás de nós, a caravana dos meus outros filhinhos, de seus irmãozinhos. Chegados ao lugar do enterro, abrimos o caixão e todos rezamos. Depois, o colocamos na cova e eu pedi a todos que jogassem, cada um, um pouco de terra sobre o caixão. Disse-lhes: “vejam, crianças, Deus, diz a Bíblia, nos criou a partir da terra e à terra voltamos, como uma semente. Porém, o que acontece com a semente?”. E uma das crianças respondeu: “Morre para germinar e, depois, se torna uma planta”. “Bravíssimo! Assim aconteceu com a mamãe de Stefani, a de Victoria e a de Robert... que, como Joshua, estão sob a terra, mas, no fim do mundo, germinarão todos como as árvores na primavera”. É impressionante ver como as crianças escutam de forma viva essas coisas! Em seguida, dissemos “tchau” ao nosso irmãoziho e filho e fomos visitar as mamães mortas de Victoria, de Robert e de Stefani – mulheres mortas na clínica. E voltamos para a casa com lágrimas e um pedacinho de paraíso nos olhos e a consciência de termos vivido um pouco da Paixão de Jesus. Como a jovem mãe de Joshua, que morreu depois do parto... e como o próprio Joshua que, depois de cinco meses de solidão no hospital... ambos já haviam dividido com Jesus a Paixão. Como Aldino, como Victor e como Cristina que, nesta Sexta-Feira da Paixão, estão, em seus leitos, sofrendo com Jesus para que tenhamos a vida, ou seja, para que vivamos só e totalmente com Jesus e para Jesus.
Amigos, a dor é verdadeiramente necessária para que a vida, os nossos relacionamentos com a realidade, com Cristo e entre nós não se cristalizem em doutrina, mas sejam cheios de uma febre de vida.
Tchau. Com afeto,
P.e Aldo.
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