Asunción, 02 de janeiro de 2009.
Caros amigos,
“olhar para aqueles pontos nos quais é evidente o sinal inconfundível do Mistério”: isto é o que nos repete Carrón.
Mando para vocês o breve testemunho de uma jovem mãe que divide com a gente o trabalho de catequese. Estes são os milagres que temos necessidade de ver e tocar.
P.e Aldo
“Senhor, o mar é tão grande e o meu barco é tão pequeno... mas, se Tu o sustentares eu não terei medo.”
Quando padre Alberto, há 18 anos, visitando casa a casa, me convidou a fazer parte da catequese da paróquia, eu não podia imaginar que esta proposta se tornaria uma das coisas mais bonitas da minha vida; porque, para mim, a catequese nunca foi um serviço, mas uma “grande necessidade” que consegui preencher os vazios da minha alma.
Os meus filhos sempre brincam comigo dizendo que eu me apresento assim: “sou Fátima, tenho seis filhos e sou catequista”. É porque sempre fui orgulhosa de ser assim. Não sei o que seria da minha vida se não fosse a catequese. Por isso, desde que – há 15 dias – diagnosticaram, em mim, um câncer no estômago, não consigo mais parar de pensar em todos estes anos de trabalho com sacerdotes e catequistas... uma
companhia que me ensinou a pensar de maneira diferente diante dos momentos difíceis.
Creio que quando Deus permite que enfrentemos algumas provações é para que, no meio delas, possamos encontrar a paz.
Devemos nos deixar em Suas mãos, porque “o vaso se aperfeiçoa nas mãos do oleiro”. No meu caso pessoal, tenho entendido este momento como um tempo de “poda” – como a que se faz na videira para que possa dar frutos melhores e mais abundantes. Sinto-me amada e abençoada por Deus, já que, nestas circunstâncias, reconhecemos com maior profundidade a nossa humanidade e isto nos torna mais humildes e mais disponíveis a reconhecer a Sua grandeza.
Não conheço aquilo que Deus preparou para mim, porém aceito a Sua Vontade, como naquela canção que cantávamos durante o catecismo e que sempre teve um significado especial para mim: “Muito além dos meus medos, muito além das minhas inseguranças, / quero dar-Te a minha resposta: / estou aqui para fazer a Tua Vontade, / para que o meu amor seja dizer / sim até o fim”.
Obrigada, padre Aldo, por ter-me acompanhado durante todo este tempo, por ter-me ensinado tantas coisas e por ter-me preparado a viver um momento como este.
Fátima
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