Naquele tempo, Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos maus e de curar todo tipo de doença e enfermidade. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’” (Mt 10, 1-7)
Comentário feito por Santo Ambrósio (c. 340-397)
Bispo de Milão e Doutor da Igreja
"Cristo chamou os Seus discípulos e escolheu doze", para os enviar por todo o mundo, como semeadores da fé, a propagar a salvação dos homens. Reparai bem neste plano divino: não foram sábios, nem homens ricos, nem nobres, mas pecadores e publicanos os que Ele escolheu enviar, para que não dessem a impressão de que tinham sido movidos pelas suas capacidades, escolhidos pelas suas riquezas, chamados devido ao seu prestígio, ao seu poder ou à sua notoriedade. Procedeu assim para que a vitória tivesse origem no fundamento da verdade, e não no prestígio do discurso. Também Judas foi escolhido, não por insensatez, mas com conhecimento de causa. Que grandeza a desta verdade, que nem um servo inimigo é capaz de enfraquecer! E que grandeza de caráter a do Senhor, que prefere comprometer, a nossos olhos, a Sua capacidade de ajuizar, a pôr em causa a Sua capacidade de amar! Ele tomou sobre Si a fraqueza humana, e nem deste aspecto da mesma fraqueza se esqueceu! Quis o abandono, quis a traição, quis ser entregue pelo Seu apóstolo, para que também tu, abandonado por um companheiro, atraiçoado por um companheiro, aceites tranquilamente esse erro de avaliação, essa dilapidação da tua bondade.
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