quarta-feira, 10 de março de 2010

40 dias com Giussani

"Deus é misericórdia; o divino, o ser, é misericórdia. 'Misericórdia' quer dizer uma potência infinita que anula qualquer erro e qualquer dor: vence. É como alguém que vai a um desafio, a um duelo, no qual sabe que é maior, mais potente, como Davi que se confiava somente na força de Deus diante de Golias. Este sorriso de Deus se chama 'misericórdia', que perdoa o mal e permite a dor, para que através dela seja maior a realização alegre. (...) O que vence é a misericórdia. Porque (...) o que vence é o fato do ser. Mesmo aquilo que você sente assim vazio ('o vazio atrás de mim'), assim mentiroso, assim enganador, e se ergue como planta, árvores, colinas e casas 'pelo engano habitual', é vencido pelo ser: aquelas plantas são, aquelas casas são, aquelas colinas são; são o eco e a antecipação do ser, como o som do sino distante em direção ao qual se aproxima o peregrino. E a misericórdia na história tem um nome (...): Cristo, Jesus Cristo. Há um homem que, em si, reune e afirma este paradoxo supremo: morre pelo mal, morre como suma dor, e finis rei ressurge da morte, vence a morte. Estranheza? Mistério! É mais lógico, mais racional, mais interessante, mais humano, mais cordial, é mais piedade pelos homens, mais justo, dizer 'mistério' ao invés de outra palavra."
(GIUSSANI, Luigi. Avvenimento di libertà: conversazioni con giovani universitari. 2002, pp. 17-18)

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