segunda-feira, 4 de abril de 2011

Cartas do P.e Aldo 186

Asunción, 1 de abril de 2011.

Caros amigos,
Vimo-nos na Itália, com Marcos e Cleuza... e eis que, para surpresa de todos, eles chegaram no Paraguai. Por que vieram? Muitos se perguntaram. A resposta foi dada por eles: “Há um tempo sentíamos falta e desejávamos estar junto não apenas do Padre Aldo, que encontramos, no último mês, todas as semanas, mas também dos amigos de Padre Aldo, que são também nossos amigos, porque cada um de nós pertence ao outro”.
Muito bonita esta consciência de pertença que não conhece quilômetros. Dessa vez, vieram também Ivone, Guilherme, Angra e Douglas.
Contar tudo o que aconteceu é impossível para mim... de forma que me vejo obrigado a me lembrar da convivência dos apóstolos com Jesus. Mas, tem uma coisa que me parece fundamental compartilhar com vocês. Cleuza disse: “Viver a liberdade no meio da circunstância significa reconhecer a realidade como provocação e não como preocupação. Por isto, não são as coisas que me fazem feliz, nem mesmo o Lago Maggiore que vimos em nossa viagem à Itália, mas aquilo de que o Lago Maggiore é sinal, ou seja, o Mistério que faz tudo.
Por isto, posso não ter mais nada, viver debaixo de uma ponte, mas não mudaria nada, porque posso sempre viver a realidade como sinal. Estar no Lago Maggiore ou chegar a Asunción, onde havíamos previsto uma visita à fazenda, compartilhando um churrasco, e, pelo contrário, chegar à Paróquia, com todos os amigos, depois de nos levantarmos, e ver o Padre Aldo e a Irmã Sônia ocupados, levando um defunto para o cemitério, de forma que todos os projetos foram desfeitos... isso, era a mesma coisa. Tudo estava programado nos mínimos detalhes, mas o imprevisto (o mendigo que morreu na Clínica), que sempre é um Acontecimento, mudou tudo.
Na hora, fiquei com medo, porque nunca me havia acontecido uma coisa parecida. Eu estava com medo. Mas, quando Irmã Sônia começou a rezar o Rosário, uma alegria grande tomou conta do meu coração, uma alegria que me acompanhou durante todo o dia. A realidade desfaz os planos, os projetos, mas é sempre amiga e a Letícia do meu coração é a evidência. Porém, sem amigos, sem rostos, isto não seria possível”.
Com afeto,
Padre Aldo

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