terça-feira, 21 de abril de 2009

Amar a Cristo sem moralismos

Uma amiga me mandou este trechinho de D. Gius... e achei por bem postá-lo aqui.
Obrigado, Rê!
Um abraço!

O cristianismo - que é o nosso modo de viver o mistério de Cristo presente - o que é no mundo, se não aquele grupo de homens, aquele pedaço de humanidade que reconhece que Deus tornou-se uma pessoa entre nós, e pronto? É talvez o grupo de homens perfeitos, aqueles que não dizem mentiras e que não roubam, que não fazem mal aos outros, que usam bem do próprio corpo e do corpo de outros? É este o grupo de cristãos? Isso talvez, se acontece, é o milagre dos milagres. Mas a grande questão, a coisa nova é que os cristãos são os seguidores de Cristo (assim os antigos escritores falavam dos cristãos: "São os seguidores de Cristo"), isto é, aqueles que O reconhecem (recordamo-nos dos primeiros, daqueles que andavam atrás Dele), aqueles que vivem a consciência da Sua Presença. Ora, existe uma coisa mais impressionante do que o fato de que ninguém perceba a Sua Presença? "Veio entre os seus, e os seus não O acolheram. Veio à casa deles, e eles não O receberam". E nós, com todo o nosso discurso cristão, com a fé que temos, com as práticas que fazemos, podemos viver como se Cristo não existisse! Então toda a nossa moral o que é? A nossa moral não é mais moral, isto é, não é mais o comportamento verdadeiro; a nossa moral é pagar o pedágio a um medo ou a uma presunção, a um colocar no lugar as coisas, isto é, a um contrato, a um cálculo, vale dizer: é um moralismo.
Ao contrário, toda a lei é amar a Cristo, é a afeição a Cristo (...). Não é preciso arrancar nada para fora, não devemos arrancar nada de nós: é preciso converter-se! É uma outra questão. Quando um homem quer bem, começa a querer bem a uma mulher, se ele quer verdadeiramente bem, entra nele um coração diferente, mas não se arranca nada de si: o dinheiro que tem, o temperamento que tem, etc. É certo que, depois, com o tempo, se "educa", se ordena, se torna capaz, se quer verdadeiramente bem, se torna capaz de coisas das quais antes não era capaz.
Mas isso com o tempo, como uma conseqüência! A questão central não é ser capaz de fazer assim e assim, respeitar as leis assim e assim, mas é a afeição a Cristo.

* O texto acima é um trecho do livro de Don Giussani, La fraternitá di Comunione e Liberazione publicado em ocasião do 20º aniversário de reconhecimento pontifício da Fraternidade, no Jornal Corriere della Sera do dia 15.10.2002

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