quarta-feira, 22 de julho de 2009

Do que vivem os homens?


“Do que vivem os homens?”, se pergunta uma novela russa. “É o mundo que abandonou a Igreja ou a Igreja que abandonou o mundo?”, se pergunta Eliot. O ponto é exatamente o abandono. Justamente o contrário da postura de Deus: Ele está presente, com todo Si mesmo. Assim como fez dom Giussani, junto com tantos outros santos: se tornou presente, por aquilo que era, com o seu “sim” (SamizdatOnLine)

Vocês já os viram algumas vezes. Chegam quando a obscuridade começa a descolorir as coisas, e as luzes se acedem. São jovens, rapazolas. Colocam-se no murinho, no banquinho, sentando-se onde dá. Não se é muito exigente nesta idade. Muitos têm nas mãos as garrafas. Frequentemente de cerveja, raramente de vinho. E, depois, vodka, rum... de manhã, os vazios serão como as tristes sentinelas de uma outra noite passada.
Não! Não me digam que também no nosso tempo se fazia assim. Eu me lembro. Sim, algumas vezes se ia a uma festa e se bebia muito. Mas eram as exceções; ou porque não se tinha dinheiro ou porque não se tinha oportunidade. E, provavelmente, porque se tinha outras coisas para fazer. Uma vida para viver, cheia de promessas, pelo menos para muitos de nós.
Muitas pessoas me dizem que muitos desses jovens não caminham mais. Não caminham porque não sabem para onde ir. Não parece existir nada pelo que valha a pena se sacrificar, ou até mesmo fazer algum esforço. Não digo correr, mas nem mesmo caminhar. E mesmo aqueles que caminham parecem ir quase todos para lugares próximos.
Temos uma grande culpa. Demos a eles tudo aquilo que podiam desejar para ir vivendo, e sustentamos a afirmação de que não existia nada além daquilo. Nenhuma experiência do passado, nenhuma promessa, somente um contínuo presente. Mas, qual é o sentido deste presente? E se não tem sentido, o que é esta dor, este vazio que nem mesmo o cigarro ou a vodka conseguem preencher?
Pode-se vetar, justamente, o veneno. Mas, o que é que consegue preencher o vazio? Quem pode preencher o vazio que tem a forma de um homem?

* Editorial de SamizdatOnLine, do dia 21 de julho de 2009, escrito por Berliche. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.

2 comentários:

AnnaV disse...

Ciao Paulo!
Che gioia conoscerti!!!
Sospettavo che dovessi essere un amico di P. Aldo e i miei sospetti erano fondati!!!!

Grazie delle correzioni alla mia traduzione di cui faccio tesoro e tra un po' correggo (dopo che ho scritto questo commento)! e grazie di aver postato l'editoriale di www.samizdatonline.it!
Lo comunicherò agli amici dell'associazione Samizdatonline (siamo una sessantina!) e, se vai al Meeting di Rimini, alcuni potrai anche incontrarli!
Fammi sapere!

Anna (http://annavercors.splinder.com)

patrizio disse...

Ciao Paulo! un saluto anche da parte mia,
bellissima la scelta di riportare il pezzo sulle vacanze e l'articolo di Bersanelli, e quest'ultimo: un grande respiro!!!
"Hai bisogno di uno con una mano grande così... e sai perchè? Uno che se ne sta con la mano alzata, forte, ferma... Solo con la mano aperta, in alto, e allora tu , da lontano, da qualsiasi punto della terra, vedrai quella mano e saprai che lì potrai posarti e riposare" (da "Qualcuno con cui correre" di Grossman ) un carissimo saluto ! Patrizio http://www.vietatoparlare.net