sexta-feira, 10 de julho de 2009

Evangelho do dia (Mt 10, 16-23)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. Quando vos entregarem, não fiqueis preo­cupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo. Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo, vós não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem (Mt 10, 16-23).

Comentário feito por Beato João XXIII (1881-1963)
Papa
"Quando vos entregarem, não vos preocupeis". Refletindo sobre mim e sobre as muitas vicissitudes da minha humilde vida, devo reconhecer que o Senhor me dispensou até agora dessas tribulações que, a muitas almas, tornam difícil e ingrato o serviço da verdade, da justiça e da caridade. [...] Como agradecerei, meu Deus, o bom tratamento que recebi sempre em todos os lugares aonde cheguei em Teu nome, e sempre em pura obediência, não por minha vontade, mas pela Tua? "Como retribuirei ao Senhor todo o bem que Ele me fez?" (Sl 115, 12). Vejo muito bem que a minha resposta, a mim próprio e ao Senhor, é sempre: "Erguerei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor" (v. 13). Como já insinuei nestas páginas, quando me assaltar a grande tribulação, devo recebê-la bem: "A nossa tribulação momentânea é leve, em relação com o peso extraordinário da glória eterna que ela nos prepara" (2Cor 4, 17). E, se se fizer esperar algum tempo, terei de continuar a saciar-me com o sangue de Jesus, com o cortejo de pequenas e grandes tribulações de que a bondade do Senhor quiser rodear-me. Sempre me senti, e continuo a sentir-me muito impressionado por estas palavras do pequeno Salmo 130: "Senhor, o meu coração não se orgulha, nem os meus olhos são altivos; não vou atrás de grandezas nem de prodígios que me excedam. Ao contrário, aquieto e sossego a minha alma, como uma criança saciada no colo de sua mãe, assim está a minha alma dentro de mim". Como amo estas palavras! Mas, se vier a perturbar-me no final da vida, Senhor Jesus, Tu me fortificarás na tribulação. O Teu sangue, o Teu sangue que continuarei a beber do Teu cálice, quer dizer, do Teu coração, será para mim um penhor de salvação e de alegria eterna. "A nossa tribulação momentânea é leve, em relação com o peso extraordinário da glória eterna que ela nos prepara".

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