Asunción, 10 de agosto de 2009.
Caros amigos,
viver com o câncer aos 17 anos é terrível, mas, para a minha filha Rosinha, não! Tive que trazê-la da Casinha de Belém para a clínica: as dores pela metástase eram insuportáveis para ela, porém, ela não se lamentava, apenas chorava e oferecia. As crianças da Casinha de Belém são o seu conforto: antes, brincando com ela, assentada em uma cadeira de rodas por causa da amputação da perna; agora, visitando-a na clínica.
Cada vez, é uma festa, como vocês podem ver nas fotos. Hoje, domingo, Rosa quis receber a Crisma. Olhem para ela! Que bonita! Outra vez, eu sou o pai e o padrinho. Que graça! E também o celebrante. Olhem o que ela escreveu (é surda, mas escreve bem):
“Chamo-me Rosa Gonzales Martinez. Sou de San Pedro del Yacuamandyju, e tenho 17 anos. Somos em 6 irmãos. Desde os meus 14 anos estou doente. Meu pai me trouxe para Asunción (a 400 km da minha cidade), onde os médicos diagnosticaram um câncer nos ovários e me operaram. Graças a Deus, fiquei curada deste. Porém, pouco tempo depois, comecei a sentir dor na perna, até o ponto de não conseguir caminhar mais. Amputaram-me a perna e, agora, o tumor tomou também a outra, onde tenho uma espécie de grande bola, que é o tumor. A dor me derruba, me tira as forças, mas eu apenas ofereço tudo a Deus... e de repente a dor vai embora. Peço a Deus a força para continuar. E peço isso não apenas para mim, mas também para os outros doentes da clínica, que estão sofrendo como eu. A minha fé em Deus e em Nossa Senhora é muito grande e eu agradeço a Eles, com todo o meu coração, por me terem dado esta vida tão bela e uma família tão boa”.
Amigos... como é possível que, depois disso, duvidemos do que o Carrón nos disse falando das circunstâncias que sempre são positivas? Rosinha nos educa, com a sua Escola de Comunidade, a viver aquilo que a nós, sem câncer, nos é sempre apontado como chamado de atenção.
Boas férias!
P.e Aldo.
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