quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cartas do P.e Aldo 102






Asunción, 05 de setembro de 2009.

Caros amigos,
Eis-me de volta. A surpresa comovente foi que os meus filhos da Casinha de Belém estavam me esperando na sala VIP do aeroporto... foi o Vice-Presidente da República quem os inseriu ali, num lugar onde ninguém entra sem permissão especial. Pensem no que quis dizer para mim descer do avião e ver os meus filhos, todos bem vestidos, me acolhendo. E, além do mais, a menorzinha, de dois anos, Rosinha, com os braços abertos, vindo em minha direção e pulando entre os meus braços. Quando fui para a Itália, ela ainda nem andava. Todos juntos no furgão felizes... com Rosinha nos braços... chegamos em casa, onde os bebês me esperavam. Como são bonitos. Uma tarde de festa!
Duas horas depois, os doentes estavam me esperando na clínica, todos em roda. Irmã Sônia com a harpa, os doentes e todo o pessoal do hospital cantando para mim a canção de que mais gosto, há vinte anos... era como se eu a estivesse escutando pela primeira vez: “Quando era pequeno”.
Enfim, o encontro com Cíntia, uma bela jovem mulher que não queria morrer antes que eu chegasse. Eu a abracei, segurando a sua cabeça entre os meus braços. Duas horas depois, ela morreu com um sorriso cheio de paraíso.
Ontem, passei o dia encontrando os meu povo de doentes, moribundos, velhos e crianças. Abraçando-os, um por um, e ajoelhando-me diante dos moribundos, vendo neles Jesus que morre. Olhando para cada um, via a contemporaneidade de Cristo, neles mudados, mudados porque estão diante da dor com os olhos fixos no Mistério.
À noite, a polícia me trouxe uma menina abandonada e violentada. Quando olhava um homem, tremia... de modo que tinha medo mesmo de mim. Porém, estou convencido de que o “eu sou Tu que me fazes”, dentro de alguns dias, permitirá a ela vir aos meus braços.
Obrigado por tudo o que fizeram por mim na minha estada na Itália.
Rezo por todos.
Padre Aldo

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