sábado, 12 de setembro de 2009

Cartas do P.e Aldo 103

Asunción, 11 de setembro de 2009.

Acontecia há 20 anos e continua acontecendo hoje

08 de setembro de 1989 – 08 de setembro de 2009.
Linate – São Paulo (Retiro dos Padres da América Latina).
Um abraço me enviava para o Paraguai – um outro abraço renova o primeiro.
Giussani – Carrón.
O mesmo acontecimento, a mesma piedade, a mesma ternura.
Ontem, há vinte anos, apenas aquele homem pôde arriscar tudo sobre a minha liberdade – que, segundo os experts de então, mas também de hoje, era uma liberdade doente –, mandando-me para o Paraguai.
Hoje, um outro homem me fez sentir, de maneira ainda mais potente (quanto ao que respeita à minha consciência amadurecida na dor e no silêncio), toda a intensidade desta confiança... e me comovi.
Foi exatamente hoje, aqui, no encontro com meus amigos padres, em São Paulo, quando, depois de uma testemunho simples a estes meus amigos, Carrón me abraçou. Permito-me comunicá-lo aos amigos mais caros, porque o abraço de ontem à noite não era devido àquilo que, com timidez, eu tinha contado quanto ao trabalho feito ao longo deste ano sobre as provocações de Carrón, mas foi o modo com o qual o Mistério me manifestava a sua confiança, a sua ternura, a sua escolha.
Um abraço me mandou para cá... daquele abraço o Mistério fez tudo... e o abraço de Carrón foi, para mim, a reverberação potentíssima da confiança de Deus neste pobre homem, confiança de Deus em uma liberdade cheia de limites, porém sempre, por pura graça, fiel ao Seu desígnio.
Caros amigos, comovido por estes 20 anos de história, desejo que, juntos, aprendamos a nos deixar abraçar – por Carrón –, como os novos 20 sacerdotes que participaram deste retiro, comovidos diante de um homem capaz de desafiar a liberdade de cada um, levando-nos até o coração do eu, ajudando-nos a lê-lo e reconhecer que tudo de nós é relação com o Mistério. Para um homem assim, junto com meus doentes, dou com alegria a vida, porque, de fato, ninguém como ele me está, nos está, ajudando a entender e experimentar aquilo que, para dom Gius, era vida, experiência... enquanto que, para mim, para nós, era ainda apenas uma intuição cheia de esperança.
Um abraço
P.e Aldo

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