"A medida do mistério de Deus é uma pessoa, é um homem maduro, é uma personalidade precisa, que se aproxima como presença a que não se pode fugir entre as nossas amizades, entre as nossas casas, dentro dos nossos ambientes de trabalho e de interesse, que enfrenta pessoalmente a nós mesmos, que nos enfrenta pessoalmente. Toda a fé está aqui: toda a fé está no rosto que assumimos, está no olhar que assumimos diante desta pessoa, na reação que temos a esta presença.
A liturgia quaresmal ilumina esta presença, a imponência da sua proposta, a concretude da sua figura através dos Evangelhos. O da Samaritana - este homem que lê verdadeiramente até o fundo, de forma que nada lhe escapa, nada pode se subtrair, de forma que verdadeiramente é preciso ir até o fundo, não se pode fica no meio do caminho -; o de Abraão - 'Se escutardes a minha palavra até o fundo sereis meus discípulos', menos que isso é a medida da mentira -; o do cego de nascença curado e o de Lázaro resuscitado da morte - a potência com a qual governa as coisas e o tempo. (...)
Esta é a primeira ideia: perguntemo-nos se nos encontramos diante desta figura, desta realidade, desta pessoa, se este Tu está em nós, se este Tu invade toda a nossa personalidade, se este Tu vai até o fundo como direção, como intenção, vontade, desejo, amor, se a nossa vida é este amor.
De outra forma, apoiamos sobre a carne e 'toda carne é como a erva e toda a sua glóia é como a flora da erva: secou a erva e a flor cai, mas a palavra do Senhor permanece para sempre' (IPd 1, 24). Esta palavra não é um discurso, é uma pessoa real, um homem, é Jesus Cristo (IPd 2, 6-8).
Desenterremos, pois, a consciência desta presença da profundidade de névoa, de desconhecimento, de discordância enormes. Recoloquemo-nos diante dAquele a quem a nossa vida é resposta, que é o fundamento, o significado da nossa responsabilidade."
(GIUSSANI, Luigi. Dalla liturgia vissuta: una testimonianza - Appunti da conversazioni comunitarie, 1973, 49-50, 55)
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