segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Comentário ao evangelho do dia

Santa Luzia

Evangelho - Mt 21,23-27
Naquele tempo, Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: "Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?". Jesus respondeu-lhes: "Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?". Eles refletiam entre si: "Se dissermos: 'Do céu', ele nos dirá: 'Por que não acreditastes nele?". Se dissermos: 'Dos homens', temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta". Eles então responderam a Jesus: "Não sabemos". Ao que Jesus também respondeu: "Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas".

Comentário feito por Santo Agostinho (354-430)
Bispo de Hipona (norte de África) e Doutor da Igreja 

"Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram" (Mt 13, 17). Estes santos personagens, com efeito, cheios do Espírito de Deus para anunciar a vinda de Cristo, desejavam com ardor gozar da Sua presença sobre a terra, se assim fosse possível. Foi por essa razão que Deus adiou a partida de Simeão deste mundo; queria que ele pudesse contemplar, na pessoa de uma criança recém-nascida, Aquele por Quem o mundo foi criado (Lc 2, 25 ss.). [...] Simeão viu-O com feições de menino; João, ao contrário, viu-O quando Ele já ensinava e escolhia os Seus discípulos. Onde? Nas margens do rio Jordão. [...] É aí, neste batismo de preparação que Lhe abria caminho, que encontramos um símbolo e uma aproximação do baptismo de Jesus Cristo: "preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (Mt 3, 3). O próprio Senhor quis ser batizado pelo Seu servo para fazer compreender a graça que recebem àqueles que recebem o batismo em nome do Senhor. Foi aí que começou o Seu reino, como que a cumprir a profecia: "dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra" (Sl 72 (71), 8). Nas margens do rio onde o domínio de Cristo começa viu João o Salvador: viu-O, reconheceu-O e prestou-Lhe testemunho. João humilhou-se perante a grandeza divina a fim de merecer que a sua humildade fosse ressalvada pela mesma grandeza. Declara-se o amigo do esposo (Jo 3, 29). Que amigo? Aquele que caminha em pé de igualdade? Longe disso! Qual é a distância que ele guarda? Diz ele: "não sou digno de me inclinar para Lhe desatar as correias das sandálias" (Mc 1, 7). 

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