"'Se dizemos que não temos pecado enganamos a nós mesmos e a verdade não está conosco' (1Jo 1, 8). Sempre chamamos a atenção para o fato de que não podemos estabelecer um relacionamento nem com as pessoas, nem conosco mesmos, nem com as coisas, se não a partir da consciência de sermos pecadores: nisto está o chamado de atenção à humildade.
A memória, que é a expressão sintética da fé que vivemos, não nos deixa nem esquecidos, nem passivos nesta humildade. Por isso, na dor de não ter reconhecido adequadamente, nos interesses da vida, Cristo e o Seu Mistério; na esperança da Sua misericórdia mais forte do que o nosso pecado; no perdão vivido entre nós de forma que a nossa comunhão sirva como instrumento do Espírito para não dar trégua à nossa distração nem equívocos à nossa presunção - rezemos a Nossa Senhora para que o nosso coração esteja pronto a retomar a cada dia.
Através dEla a invocação da graça de Cristo seja mais decisiva e potente do que o apego aos nossos critérios, do que o ceder aos nossos cálculos e do que a submissão aos nosso instintos.
Desejemos que cada dia desta Quaresma seja, pela manhã, sinal da ressurreição de Cristo e, à noite, sinal da ternura no abandono à Sua piedade pelo nosso destino. De forma que, cada um de nós possa retomar a frase de Dionísio Areopagita - estampada em um dos primeiros livros da história do Movimento: 'Quem saberá falar do amor ao homem próprio de Cristo, transbordante de paz?'."
(GIUSSANI, Luigi. L'opera del movimento: la Fraternità di Comunione e Liberazioni, 2002, pp. 267-268)
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