São Maximiliano Maria Kolbe
Evangelho - Mt 19, 13-15
Naquele tempo, levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. Então Jesus disse: "Deixai as crianças, e não as proibais de virem a mim, porque delas é o Reino dos Céus". E depois de impôr as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.
Comentário feito por Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]
Retiro pregado no Vaticano, 1983
Temos de recordar que o atributo essencial de Jesus, aquele que exprime a Sua dignidade, é o atributo de "Filho" [...] A orientação da Sua vida, a motivação originária e o objetivo que O modelaram exprimem-se numa só palavra: "Abba, Pai bem-amado". Jesus sabia que nunca estaria só e, até ao último grito na cruz, obedeceu Àquele a quem chamava Pai, virando-Se totalmente para Ele. Só isso permite explicar que Se tenha recusado até ao fim a ser chamado rei, ou senhor, ou a permitir que lhe atribuíssem qualquer outro título de poder, antes recorrendo a um termo que também poderíamos traduzir por "criancinha". Pode-se, por conseguinte, dizer o seguinte: se, na pregação de Jesus, a infância tem um lugar tão extraordinário, é porque corresponde ao mais profundo do Seu mistério mais pessoal, à Sua filiação. Afinal a Sua maior dignidade, que remete para a Sua divindade, não consiste no poder de que poderia dispor; funda-se no Seu ser orientado para o outro: para Deus, para o Pai. O exegeta alemão Joachim Jeremias diz precisamente que ser criança no sentido de Jesus significa aprender a dizer "Pai".
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