sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

1978-2005: aspectos menos conhecidos dos 25 anos de Pontificado de João Paulo II - 2


A obra do Santo Padre
para a custódia do Depósito da Fé
e a preservação da Disciplina Eclesiástica

1984
- A Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) coloca sob verificação algumas obras do teólogo “da libertação” peruano Gustavo Gutierrez, porque nelas se teme “a influência do marxismo”.
- No dia 13 de junho, a CDF pede ainda uma vez que o P.e Schillebeeckx adira à doutrina católica sobre o sacerdócio, desta vez manifestando adesão à carta Sacerdotium ministeriale do ano anterior.
- Com a Instrução Libertatis nuntius de 6 de agosto, a CDF condene “uma certa Teologia da Libertação” de tipo socialista e marxista.
- Em 7 de setembro, o franciscano Leonardo Boff, teólogo brasileiro “da libertação”, é convocado a se apresentar em Roma.
- Encontro, em Roma, dos bispos peruanos, para esclarecimentos acerca de uma certa Teologia da Libertação.
- Em dezembro, o geral dos jesuítas, P.e Peter-Hans Kolvenbach, expulsa da ordem o P.e Fernando Cardenal (irmão de Ernesto), ministro da educação do governo socialista nicaragüense.
- Com a exortação apostólica pós-sinodal Reconciliatio et paenitentia (2 de dezembro), o Papa recorda a correta prática do sacramento da confissão e condena os abusos acerca da “confissão comunitária” como meio ordinário para se confessar.

1985
- P.e Gyorgy Bulanyi, sacerdote húngaro das Comunidades “de base”, adepto da objeção de consciência ao serviço militar – que ele sustenta ser intrinsecamente mal – é chamado a Roma pela CDF para um colóquio. Os escritos de P.e Bulanyi já vinham sendo avaliados pela Congregação para o Clero.
- Com uma notificação de 11 de março, a CDF declara que “as opções de Leonardo Boff [contidas no livro Igreja, carisma e poder] são suficientes para colocar em perigo a sã doutrina da fé”.
- Algumas Congregações romanas, sob o título de congregações religiosas femininas fiéis à ortopraxia católica, bloqueiam alguns desvios das irmãs Carmelitas Descalças.
- O controvertido bispo brasileiro D. Hélder Câmara é substituído por D. José Cardoso Sobrinho, que se dedica à reorganização da diocese através de uma longa série de pedidos de esclarecimentos – e, diante de rebeliões, de afastamentos – de docentes, religiosos e sacerdotes próximos a uma certa Teologia da Libertação.
- Entre os dias 9 e 13 de abril, acontece em Loreto o II Encontro da Igreja italiana, com o título “Reconciliação cristão e comunidade dos homens”. A palestra do Papa nesse encontro marca o início de um renovado cuidado pastoral de João Paulo II com a Igreja da Itália. Um ano depois, no dia 26 de junho de 1986, João Paulo II nomeia D. Camillo Ruini como secretário da CEI (Conferência Episcopal Italiana; ndt). O prelado assumirá o delicado papel de adequação da cristandade italiana às necessidades da Nova Evangelização inspirada pelo Espírito Santo a João Paulo II. Para a Ação Católica, essa adequação será realizada por D. Antonio Bianchin que, a partir de 1987 se torna novo Assistente Geral, procedendo a uma renovação dos quadros diretivos nacionais, sobretudo na diocese ambrosiana.

1986
- Em 22 de março, é publicada a Instrução da CDF Libertatis conscientia sobre a liberdade cristã e a libertação, com uma nova atenção acerca da influência do socialismo e do marxismo na prática pastoral.
- Em uma Notificação de 15 de setembro, a CDF afirma que “a concepção do ministério assim como é exposta pelo professor Schillebeeckx permanece em desacordo com o ensinamento da Igreja em pontos importantes”.
- A CDF (no dia 25 de julho) declara “não idôneo para o ensino da teologia católica” o teólogo norte-americano Charles Curran, crítico do Magistério da encíclica de Paulo VI Humanae vitae, e confuso adepto de uma presumida “legitimidade do dissenso da autoridade”.
- O arcebispo norte-americano de Seattle, D. Raymond Hunthausen, através de uma carta, informa os seus sacerdotes de sua renúncia, sob indicação da Sé Apostólica, aos poderes pastorais nos seguintes campos: tribunal diocesano, liturgia, formação do clero, sacerdotes que deixaram o ministério, questões morais.
- Vem à luz a muito corajosa carta Homosexualitatis problema (de 1º de outubro) da CDF, que afirma que “a inclinação [homossexual] deve ser considerada como objetivamente desordenada”; e que, de modo algum, pode ser moralmente aceito o exercícios da sexualidade entre pessoas do mesmo sexo. As forças infernais organizam uma violenta campanha de difamação de Sua Eminência o cardeal Ratzinger.

1987
- O abade da basílica romana de São Paulo fora dos Muros, P.e Giuseppe Nardin, assina sua própria demissão e se retira em um lugar de oração, após observações sobre a sua colaboração com o abade anterior, Giovanni Franzoni, fundador da Comunidade “de base” de São Paulo e já adepto do Partido Comunista.
- A CDF aconselha D. Mattew Clark, da diocese norte-americana de Rochester, a retirar o imprimatur de um manual de sexualidade usado como auxílio a pais para a educação dos filhos, escrito por católicos.
- Em abril, o comboniano P.e Alex Zanotelli, com solicitação do prefeito do Dicastério para a Evangelização dos Povos (ex Propaganda Fide, da qual dependem as Congregações missionárias), cardeal Josef Tomko, se demite da direção (assumida em 1978) do periódico mensal “Nigrizia”. Zanotelli tinha dado uma marca fortemente socialista à revista, que há tempo não tinha mais nem traço de seu caráter missionário original.
- A Congregação para os Religiosos faz a correção de alguns desvios na interpretação do Concílio Vaticano II acerca de uma pretensa “igualdade de oportunidades” de religiosos leigos e religiosos sacerdotes na orientação das Ordens e Institutos religiosos. A Ordem dos Capuchinhos se notabiliza entre as primeiras a retificarem algumas disposições capitulares.

* Extraído de Totus tuus network. Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.

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