segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cartas do P.e Aldo 101

Milano, 17 de agosto de 2009.

Caros amigos,
de fato, a Presença do Mistério que me faz em cada momento me acompanha de modo surpreendente. Hoje, parti em direção a La Thuile para, em seguida, passar brevemente pelo Meeting (de Rímini; ndt). Custou-me muito ter que deixar por 15 dias os meus doentes, porque sei que, quando voltar, alguns deles eu não os verei mais... e as minhas crianças, preocupadas com quando eu volto.
A consolação, porém, não se fez esperar. Quando cheguei em São Paulo, os Zerbini estavam me esperando. Sendo que eu teria seis horas disponíveis, pedi à polícia para sair... e me permitiram. E, assim, uma grande alegria tomou conta de mim, por poder ficar 2 horas com eles. Que belo! O coração do nosso diálogo era o texto dos Exercícios Espirituais de Rímini (refere-se aos Exercícios da Fraternidade de 2009; ndt). Tirei da mala o livreto com o texto... e começamos a trabalhar.
O tema: as circunstâncias.
Conto para vocês, brevemente, alguns dos pontos do diálogo que foram sublinhados pela Cleuza: “As circunstâncias podem ser vividas de três maneiras: a primeira é aquela que o Carrón lembra, como positividade; a segunda, rebelando-se; a terceira, escondendo-se atrás das circunstâncias para fazer aquilo que se quer fazer. Se a pessoa se rebela ou se esconde, as circunstâncias se tornam inimigas do eu. As circunstâncias podem se transformar em um modo de fugir da realidade. Pensa, por exemplo, em quantas vezes, com a desculpa das mil coisas que temos para fazer, evitamos aquilo que nos ajuda a amadurecer... a começar pela falta de um trabalho sério sobre o que o Carrón nos tem lembrado”.
Outro ponto: “A vida é um dom para ser dado”.
Outro ponto ainda: “Por que vivemos na dúvida, na incerteza? Porque enfrentamos a vida com reservas. Quanto maior é a reserva que temos na vida, maios é a dúvida que nos paraliza”.
Outro: “Podemos nos esconder atrás das circunstâncias”.
E outro: “Qual foi a última vez que nos olhamos com ternura?”
E ainda: “Cristo veio para livrar os homens da prisão na qual vivem”.
E, finalmente: “Estou tão feliz que tenho medo de perder esta graça... mas, por isto, estamos aqui, no aeroporto, enquanto você espera o avião para Milão”.
Amigos, sem nos darmos conta, passaram-se 2 horas, e as pessoas nos olhavam curiosas... estes três tipos estranhos que falavam com o entusiasmo das crianças.
Mas esta é a amizade que, por pura graça e seguindo a Carrón, hoje, me foi presenteada. Um dom único que nos permite viver o tempo, mesmo no aeroporto, de um modo humano e missionário.
Mas, vocês entendem o que quer dizer que cada vez que eles sabem que estou de passagem pelo aeroporto, não importam os seus compromissos, eles me esperam e, depois, ainda pagam a multa por não terem respeitado as leis contra a saída de passageiros em trânsito do aeroporto?!! Que belo é o aeroporto... 20 anos atrás, Giussani me acompanhou a Linate... hoje, no aeroporto de São Paulo, Giussani vive nos Zerbini que olham para o Carrón. Como crianças olham para o pai... eles me esperaram para fazer Escola de Comunidade... E que Escola de Comunidade.
Cada circunstância é positiva, é para anunciar Jesus “apertis verbis”.
P.e Aldo

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