quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Perseguição contra os cristão no mundo


No Paquistão, as autoridades se apressaram em dizer que a carneficina contra os cristão, concluída com a morte de sete pessoas, entre as quais uma criança, era obra de islâmicos fora da lei. É a expressão “fora da lei” que preocupa e que, no fundo, esconde uma realidade muito dura para todos os cristãos que vivem em países muçulmanos onde mesmo a lei impede, pouco ou muito, a sua liberdade (como é o caso do Paquistão), países nos quais arriscam a vida e arriscam até mesmo de serem extintos. E, enquanto isso, a ONU e a União Européia titubeiam (SamizdatOnLine).

A sobrevivência das comunidades cristãs em países muçulmanos é frequentemente obstaculizada por atos de violência que se concluem, muitas vezes, com o homicídio de inocentes. As recentes perseguições no Paquistão reacendem o debate sobre os desencontros religiosos e, particularmente, para os cristãos que constituem uma minoria nesses lugares.
Julho de 2009 encerrou-se com uma série de eventos trágicos para o Paquistão. No dia 30 de julho, centenas de militantes islâmicos invadiram a vila cristã de Koriyan, perto de Gojra. O seu slogan preferido é dizer que os cristãos têm a mesma religião que os soldados americanos e, portanto, são inimigos e merecem a morte. Primeiro, atiraram pedras, depois usaram gasolina e bombas, queimando, além das casas de crentes, duas igrejas protestantes. Na invasão, pelo menos oito pessoas – entre as quais quatro mulheres e uma criança de 7 anos – foram queimadas vivas e outras vinte ficaram feridas.
O pretexto que desencadeou a onde de ódio foi, desta vez, a falsa acusação de blasfêmia contra Talib Masih, que teria queimado algumas páginas do Corão durante uma cerimônia de matrimônio no dia 29 de julho, em Koriyan. A verdade é que, como é comum se fazer, no fim da cerimônia na igreja, os convidados jogaram no casal flores, arroz, algumas moedas (para desejar prosperidade ) e bilhetes com frases de saudação ou salmos. Os cristãos, que no Paquistão representam uma minoria de pouco mais de 2% da população, em resposta às acusações, organizaram uma procissão nas áreas muçulmanas, desencadeando a ira dos membros do “Sipah-e-Sahaba”, um grupo islâmico tido como “fora da lei” pelo governo paquistanês.
O drama da perseguição dos cristãos no mundo passa muito frequentemente desapercebido em nosso país, onde parece ter mais importância os casos pessoais dos homens públicos. É nosso dever, porém, sublinhar que o ódio anticristão não tem limites, e que nos países menos ocidentalizados este ódio desemboca em atos de violência. É preciso sensibilizar a opinião pública sobre o problema das perseguições contra os cristãos e sobre as origens do ódio do qual nem mesmo o nosso país está livre. De fato, se de um lado as notícias provenientes do Paquistão evidenciam uma situação descontrolada da qual os cristãos são as vítimas, de outro não falta quem afirme que certos eventos não aconteceriam se as religiões não existissem.
O debate sobre as perseguições está, portanto, aberto. Mas, para além das conjecturas dos nossos compatriotas, é preciso solicitar à comunidade internacional uma intervenção que proteja os mais fracos, que são, quase sempre, as primeiras vítimas destas violências.

LEIA MAIS:
- O relato do frade franciscano: “Vi meus parentes serem queimados”

Maria Vittoria, no Blog Anna Vercors
- Paquistão: oito cristãos queimados vivos
Redação do Corriere della Sera
- Oito cristãos queimados vivos no Punjab
Redação do Asia News

* Editorial de
SamizdatOnLine, do dia 05 de agosto de 2009 (escrito por Seraphim). Traduzido por Paulo R. A. Pacheco.

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