quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cartas do P.e Aldo 168





Asunción, 17 de novembro de 2010.

Caros amigos,
olhem para as minhas crianças no dia da sua Primeira Comunhão, no domingo dia 7 de novembro. São belas, muito belas, agora que, finalmente, Jesus entrou em seus corações, se tornando uma única realidade com Jesus.
A semente da graça batismal está se tornando uma árvore.
A história delas é conhecida de vocês. A violência marcou a sua concepção, o seu nascimento... os abusos sexuais. Traumas terríveis, suficientes para destruir uma vida. No entanto, o encontro conosco, o encontro com rostos definidos pelo “eu sou Tu que me fazes”, pela certeza de “amei-te com amor eterno, tendo piedade do teu nada”, não apenas lhe deu a vida outra vez, a alegria de viver, como também lhes deu a liberdade de perdoar aqueles que os colocaram no mundo e abusaram deles.
“Padre, não queremos ver e nem mesmo voltar para casa onde sofremos tanto; perdoamos nossa ‘mãe’ e o concubino que nos fez tanto mal”. Amigos, no dia em que me disseram esta frase, senti toda a potência daquilo que Carrón continuamente nos repete: “O homem não é e nunca será fruto do seus antecedente, por mais feios que sejam, porque ele é relação com o Mistério”. Porém, esta certeza, na qual consiste toda a proposta educativa de Giussani, pode chegar até a nós, aos meus filhos, somente na medida em que é a consistituição consciente do meu eu, somente na medida em que a minha familiaridade com Cristo é vibrante em mim, somente na medida em que acolho, a cada instante, aquilo que Giussani chama o “monstro” do sacrifício como condição para que a minha liberdade coincida com o “Tu, meu Cristo”. Como vocês podem ver, não se trata de medicar as feridas, por mais horríveis que sejam, mas se trata de permitir que Cristo tome posse do próprio eu. A batalha é dura, como diz a Escola de Comunidade sobre o sacrifício, mas o êxito é uma plenitude de vida, aquela plenitude que vocês podem ver no rosto das minhas crianças.
Amigos, tudo é importante e bom. Mas, sem Cristo, tudo é inútil, todo esforço é destinado a falhar!
Somente “eu sou Tu que me fazes” como consciência comovida de si sara a totalidade do humano. Deus e Nossa Senhora nos deem a alegria de vibrar ao pronunciar esta certeza, pelo menos da mesma forma como vibramos por causa de um amor repentino que esperamos chegar, da mesma forma que São Paulo, quando diz: “para mim, viver é Cristo”.
Ciao,
Padre Aldo

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