"E o Verbo se fez carne (Jo 1, 14), é de uma beleza sublime [...]. Mas, por que também na cruz tinha beleza? Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens (ICor 1, 23-25). [...] Belo é Deus, Verbo junto de Deus; belo no seio da Virgem, onde não perdeu a divindade e assumiu a humanidade; belo o Verbo nascido como uma criancinha, porque enquanto ainda era criança, enquanto sugava o leite, enquanto era levado nos braços, os céus falaram, os anjos cantaram seus louvores, a estrela dirigiu o caminho dos Magos, foi adorado no presépio, comida para os mansos. É belo, portanto, no céu, belo na terra; belo no seio, belo no braço dos pais; belo nos milagres, belo nos suplícios; belo no convite à vida, belo no não se preocupar com a morte, belo no abandonar a vida e belo no retomá-la; belo sobre a cruz, belo no sepulcro, belo no céu. Escutai o cântico com inteligência, e que a fraqueza da carne não arranque os vossos olhos do esplendor da sua beleza. Suprema e verdadeira beleza é a justiça; não o vereis belo, se o considerardes injusto; se for justo em tudo, será belo em tudo. Venha a nós para ser contemplado pelos olhos do espírito" (Agostinho, Enarrationes in Ps. 44, 3, 5, XXV).
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