terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cartas do P.e Aldo 209


Asunción, 28 de novembro de 2011.

Feliz Natal!
Caros amigos,
Nunca, como nestes tempos, fico mais consciente do meu nada, da verdade daquilo que Santa Catarina de Sena afirmava quando respondia a uma pergunta, dirigindo-se ao Senhor: “Quem sou eu, Senhor? Nada, e quem és Tu, Senhor? Tudo”. Quanto mais a pessoa vive intensamente a realidade, tanto mais entra nesta maravilhosa e dramática desproporção entre o próprio ser finito e Ele, o Infinito. De forma que, quando as pessoas dizem, por exemplo, “as obras de Padre Aldo”, não fazem outra coisa que aumentarem em mim esta desproporção entre o meu nada e Ele que é o tudo. E como eu gostaria que, pelo menos, os amigos vibrassem comigo por causa desta desproporção, porque este seria o sinal mais evidente de que pertencemos uns aos outros. A corresponsabilidade tem nisso a sua origem. Uma pessoa pertence a mim se, comigo, vive o “eu, Senhor, sou um nada” e o “Tu, Senhor, és tudo”. E isto é uma graça, é um caminho onde mendigar é ato contínuo, de forma que, se este pedido faltar, a pessoa pode até viver junto com outra por anos, a pessoa pode ser pai e filho, pode ser superior ou súdito, e no entanto continuar estranha uma para a outra, mesmo vivendo cotovelo com cotovelo. 
O que me sustenta nestas obras que nunca procurei porque, como sempre repito, não vim para o Paraguai por causa disso, é apenas esta desproporção na qual é evidente a Presença do Mistério que me pede tudo. Mas, se isto não fosse evidente, eu iria embora hoje mesmo, porque um homem não pode, com suas forças, sustentar nem mesmo uma palha. Há um fogo ardente, como diria o profeta, nos meus ossos e não posso impedir que arda. O simples pensamento de que Deus se fez carne para mim, me faz exultar de alegria e, por isto, não posso deixar de fazer-me tudo para todos, acolhendo, sobre estes pobres ombros, sustentados por Nossa Senhora, todos os que batem à nossa porta cheios de dor. E é este o motivo que me leva a bater às portas de todos, porque a Providência que governa o mundo, com o desígnio de amor, se serve da realidade, realidade que é todo o nosso ser, toda a nossa humanidade. Por isso, aproximando-se o Natal, gostaria de agradecer a todos que, pertencendo a esta amizade, a esta iniciativa divina, nos acompanham economicamente, seguindo os milhares de exemplos de que é feita a história da caridade na Igreja. A Providência agora se serve das nossas pobres mãos para realizar as Suas maravilhas. Serve-se de nós para nos mostrar o que um povo pode fazer quando reconhece o Senhor. O próprio Banco Mundial, através de dois de seus diretores, com quem me encontrei, em Washington, quando fui convidado a falar sobre a crise econômica (eu que estudei só até a quinta série numa escola pública... é para rir!), ficou tocado com o fato de que 76% dos nossos recursos para as despesas cotidianas são locais e apenas 24% vêm do exterior. E queriam entender por que e como. E foi bonito porque tive a oportunidade de dizer, com a minha experiência, o que significa que a realidade é providencial e que não há homem que, quando se deixa educar, não se torne protagonista do próprio destino. Mas, para que isto aconteça, é preciso vibrar com aquela paixão de Santa Catarina. Por isso, me permito, em nome dos rostos de Jesus que sofrem, pedir a quem é meu amigo, por ocasião do Natal, uma pequena gota da liberdade para fazer parte dos 24% que ajudam esta obra.
Agradeço com todo o meu coração os amigos da ONLUS (sigla para Organizzazione Non Lucrativa di Utilità Sociale, ou organização sem fins lucrativos de utilidade social; ndt) “Da zero a uno” pelo entusiasmo com o qual nos acompanham. Permito-me divulgar o código IBAN da ONLUS e a de nossa conta no Unicredit.
Padre Aldo

DA ZERO A UNO ONLUS
Banca Popolare di Milano
CODICE IBAN: IT 60 X 05584 01613 000000031365
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TRENTO ANTONIO
Unicredit Banca
FILIARI DI FONZASO, BELLUNO
CODICE IBAN: IT14 Z 02008 61120 000004701742

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