3) Da morte da filosofia e suas conseqüências...
Diante deste quadro, algumas perguntas podem inquietar o leitor: sendo a filosofia criação de conceitos auto-referentes, qual o significado dos conceitos? Se a filosofia é definida por um “solipsismo incomunicável”, por que fazer filosofia? Se a verdade é um constructo das potências capitalistas ou religiosas, por que se debruçar tão vigorosamente sobre esse dinamismo? Para denunciar apenas? Se sim, denunciar para quê? Para se submeter ao totalitarismo do relativo? Para trazer do caos as variações infinitas que se auto-referenciam (e – por que não? – se auto-reverenciam)?
O homem é ontologicamente “subjetividade dialógica”[1], é ser falante, é comunicação de palavra, é testemunho e epifania da verdade no diálogo eu – tu. Negar esse caracter é fazer apologia da desagregação, do solipsismo, do individualismo, do relativismo. Testemunhar a verdade: o que isso quer dizer? Se entende o “testemunho”, se se entende que não existe testemunho se há apenas uma “auto-persuasão narcisista”[2], mas se e somente se existe “uma relação comunicativa”.
De que serve a filosofia, se não é capaz de comunicar e testemunhar nada? De que serve uma filosofia que destrói a Verdade, o Sujeito, a Linguagem, a Comunicação em prol de uma denúncia justa, mas tornada ideológica? A que(m) serve uma tal filosofia?
A(o) nada!? É a morte mesma da filosofia... é a morte mesma do filósofo... é a morte mesma do homem como “subjetividade dialógica”[3].
Dixi
Diante deste quadro, algumas perguntas podem inquietar o leitor: sendo a filosofia criação de conceitos auto-referentes, qual o significado dos conceitos? Se a filosofia é definida por um “solipsismo incomunicável”, por que fazer filosofia? Se a verdade é um constructo das potências capitalistas ou religiosas, por que se debruçar tão vigorosamente sobre esse dinamismo? Para denunciar apenas? Se sim, denunciar para quê? Para se submeter ao totalitarismo do relativo? Para trazer do caos as variações infinitas que se auto-referenciam (e – por que não? – se auto-reverenciam)?
O homem é ontologicamente “subjetividade dialógica”[1], é ser falante, é comunicação de palavra, é testemunho e epifania da verdade no diálogo eu – tu. Negar esse caracter é fazer apologia da desagregação, do solipsismo, do individualismo, do relativismo. Testemunhar a verdade: o que isso quer dizer? Se entende o “testemunho”, se se entende que não existe testemunho se há apenas uma “auto-persuasão narcisista”[2], mas se e somente se existe “uma relação comunicativa”.
De que serve a filosofia, se não é capaz de comunicar e testemunhar nada? De que serve uma filosofia que destrói a Verdade, o Sujeito, a Linguagem, a Comunicação em prol de uma denúncia justa, mas tornada ideológica? A que(m) serve uma tal filosofia?
A(o) nada!? É a morte mesma da filosofia... é a morte mesma do filósofo... é a morte mesma do homem como “subjetividade dialógica”[3].
Dixi
Notas:
[1] Baccarini, E. (2002). La soggettività dialogica. Roma: Aracne.
[2] Ibid., p. 15.
[3] Que se pense! Que se pense nas conseqüências do relativismo para a filosofia, para a ciência, para a arte, para a cultura, para a vida. Parodiando Dostoievsky: “se a verdade não existe, tudo é permitido”, em nome do relativismo (ou agnosticismo)! Esse relativismo nada mais é que a outra face de uma mesma moeda: aquela do pensamento lógico positivista. Se se trata mesmo de uma questão de “esquerda” ou “direita” militantes, uma tal posição se parece mais com uma posição de “extrema direita” que outra coisa: negue que as afirmações independentes do contexto possam ser verdadeiras e se negará não apenas a masculinização da mecânica quântica e ou o patriarcalismo da biologia molecular, mas também se negarão as câmaras de gás nazistas, a escravidão nos negros africanos na América e o fato de que, hoje [este texto foi escrito em Ribeirão Preto, no mês de outubro/2004], está ventando forte em Ribeirão Preto (negue-se a realidade, negam-se os fatos).
[2] Ibid., p. 15.
[3] Que se pense! Que se pense nas conseqüências do relativismo para a filosofia, para a ciência, para a arte, para a cultura, para a vida. Parodiando Dostoievsky: “se a verdade não existe, tudo é permitido”, em nome do relativismo (ou agnosticismo)! Esse relativismo nada mais é que a outra face de uma mesma moeda: aquela do pensamento lógico positivista. Se se trata mesmo de uma questão de “esquerda” ou “direita” militantes, uma tal posição se parece mais com uma posição de “extrema direita” que outra coisa: negue que as afirmações independentes do contexto possam ser verdadeiras e se negará não apenas a masculinização da mecânica quântica e ou o patriarcalismo da biologia molecular, mas também se negarão as câmaras de gás nazistas, a escravidão nos negros africanos na América e o fato de que, hoje [este texto foi escrito em Ribeirão Preto, no mês de outubro/2004], está ventando forte em Ribeirão Preto (negue-se a realidade, negam-se os fatos).
Um comentário:
Baita blog, meu velho. Parabéns.
Postar um comentário