sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cartas do P.e Aldo 112

Asunción, 12 de outubro de 2009.

Caros amigos,
o Movimento nos ensina a olhar para a realidade, obedecer a ela, levar a sério o próprio coração, partir do dado objetivo, da história tal como se desenvolve. Por exemplo, nenhum de nós, há um ano atrás, poderia imaginar as coisas que o Carrón nos vem dizendo: "olhem para as testemunhas". Tanto menos poderíamos imaginar o que este olhar geraria. Para nós, significou uma mudança radical na compreensão dos relacionamentos, no olhar para as obras feitas exclusivamente pela Providência, no modo de compreender e obedecer à realidade.
Dizíamos – Marcos, Cleuza e eu: há um ano atrás, nós nem nos conhecíamos, e hoje não existe, para mim, meus sacerdotes e todos os que trabalham aqui (que são quase 150 pessoas), uma amizade mais cheia de autoridade do que esta. Uma amizade operativa que começou a fundar as bases de um novo modo de compreender esta obra, um modo onde não apenas o assistencialismo desapareceu, mas está nascendo um novo sujeito ativo, responsável e protagonista daquilo que a Providência está criando nos últimos 5 anos.
Um dos frutos operativos é também a nova amizade com alguns bio-engenheiros de Buenos Aires, do Grupo Adulto e do Movimento, que, gratuitamente, vêm a cada 15 dias (eles assumiram a responsabilidade da obra e também estão trabalhando nos hospitais “São João de Deus”) e pediram para colaborar mais de perto conosco, dizendo que nos ajudariam no campo científico e nós os ajudaríamos a redescobrir o carisma original. Obedecer aos fatos é a única inteligencia que nos é pedida. Nunca partir de um “a priori”. É como afirmou Alexis Carrel. Uma outra novidade é que acabamos criando um lugar de verificação… onde todos os pedidos de coração grande para virem nos ajudar encontram espaço. A nossa casa é uma grande e bela experiencia de amizade, a continuidade daquele abraço de dom Gius, que mudou a minha vida. Temos também, nesse momento, duas pessoas de Barcelona empenhadas com a clínica e com a Casinha de Belém; uma alemã, amiga dos nossos de Friburgo etc. Irma, a enfermeira de Barcelona, que já esteve aqui por dois meses, voltou para permanecer por um ano, porque “aqui reencontrou a Cristo”.
Assim, sendo que são muitos os pedidos (somente para vir trabalhar… porém), pedimos a Andréa Pompa, a responsável pelas relações públicas, que se tornasse o único ponto de referencia para todos aqueles que, por um motivo ou por outro, pedem para vir até aqui. Obviamente, isto vale para a Europa e para os EUA. Depois, os respectivos diretivos da Fundação decidirão segundo as exigencias. A última palavra caberá a nós, padres, junto ao diretivo responsável pela Fundação São Rafael. Para cá só se vem para trabalhar e para aprender um olhar sobre a vida, como repete sempre a Cleuza: “Nós viemos até aqui para encontrar este olhar, para nos fortalecermos na fé, para fazer, depois, um trabalho pessoal como nos pede o Carrón”. O mesmo motivo pelo qual eu vou a cada mês (ou mais) ao Brasil, para estar com eles.
Uma coisa importante para aqueles que vêm: obedecer e seguir o responsável de uma obra ou das obras. Aqui, se segue um projeto educativo unitário e claro, de forma que tudo, mesmo um presente, deve passar através deste método educativo.
O email de Andréa Pompa é sanrafael.andrea@gmail.com.
Obrigados de coração,
os Padres da Comunidade

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