terça-feira, 6 de abril de 2010

Fazer o Cristianismo 01

Publicarei alguns trechos do encontro de Padre Julián Carrón com o Diretivo Nacional (italiano) de CLE (Comunhão e Libertação - Educadores), ocorrido no dia 28 de fevereiro de 2010 e publicado no site internacional de Comunhão e Libertação.

"A questão é que podemos nos tornar uma presença ali onde estamos, testemunhando aos outros o nosso sorriso e dando a eles todo o tempo de que precisam para que a sua liberdade se mova, não os deixando sozinhos com a sua liberdade, mas continuando a provocá-los. Quando descobri isto, para mim foi uma libertação, porque em sala de aula podia, constantemente, ser eu mesmo diante dos jovens e a dar a eles todo o tempo de que precisavam para decidir. Com todos os meus limites, se na minha presença havia algo para ver, eles podiam ver; e se não havia, mesmo que eu dissesse que havia, não havia nada para eles verem. Porque o problema - como disse Padre Giussani - é ser uma presença. O problema dos jovens é o problema dos adultos: que o adulto se torne uma presença. De outra forma, ficaremos sempre ali discutindo sobre até onde podemos deixar os jovens livres e até onde intervir, e tentamos aqueles estranhos equilíbrios porque, na verdade, não sabemos como resolver a coisa. Enquanto que o adulto se torne uma presença é uma questão que se resolve tão somente no relacionamento com Cristo. Em outras palavras: Jesus resolveu o problema das nossas táticas de equilíbrio se tornando uma presença, porque este fato dá ao adulto todo o campo possível para ser si mesmo e colocar-se com toda a sua liberdade. E isto não é o jovem que eu tenho diante dos olhos quem decide, mas eu decido! Eu, com a minha presença, posso constantemente desafiar a razão e a liberdade do jovem, e ao mesmo tempo posso dar-lhe todo o espaço, todo o tempo de que precisa a sua liberdade - e para cada um este espaço é totalmente diferente, não é um esquema matemático, porque reduziria o eu a um mecanismo. Estamos diante do mistério do outro: ou nos colocamos isso muito bem na nossa cabeça ou ficaremos sempre procurando algo para conseguir entrar na liberdade do outro. Mas, não é possível: o outro é um mistério, não um mecanismo"
(CARRÓN, Julián. Fare il cristianesimo. Tracce. 2010, p. 2)

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