quarta-feira, 9 de junho de 2010

Comentário ao evangelho do dia


Beato José de Anchieta

Evangelho - Mt 5,17-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus.

Comentário extraído do Catecismo da Igreja Católica
§§ 577-581

Jesus fez uma solene advertência no início do sermão da montanha, ao apresentar a Lei dada por Deus no Sinai, quando da primeira Aliança, à luz da graça da Nova Aliança: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição" (Mt 5, 17-19). [...] Jesus, o Messias de Israel e, portanto, o maior no Reino dos céus, fazia questão de cumprir a Lei, executando-a integralmente até nos mais pequenos preceitos, segundo as Suas próprias palavras. Foi, mesmo, o único a poder fazê-lo perfeitamente. [...] O cumprimento perfeito da Lei só podia ser obra do divino Legislador, nascido sujeito à Lei na pessoa do Filho. Em Jesus, a Lei já não aparece gravada em tábuas de pedra, mas "no íntimo do coração" (Jr 31, 33) do Servo, o qual, proclamando "fielmente o direito" (Is 42, 3), se tornou "a aliança do povo" (Is 42, 6). Jesus cumpriu a Lei até ao ponto de tomar sobre Si "a maldição da Lei" (Gal 3, 13) em que incorrem "aqueles que não praticam todos os preceitos da Lei" (Gal 3, 10); porque "a morte de Cristo foi para remir as faltas cometidas durante a primeira Aliança" (Heb 9, 15). Jesus [...] "ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas" (Mt 7, 28-29). NEle, era a própria Palavra de Deus, que Se fizera ouvir no Sinai para dar a Moisés a Lei escrita, que de novo se fazia ouvir sobre a montanha das bem-aventuranças (Mt 5, 1). Esta Palavra de Deus não aboliu a Lei, mas cumpriu-a, ao fornecer, de modo divino, a sua interpretação última: "Ouvistes que foi dito aos antigos [...] Eu, porém, digo-vos" (Mt 5, 33-34). Com esta mesma autoridade divina, desaprova certas "tradições humanas" (Mc 7, 8) dos fariseus, que "anulam a Palavra de Deus" (Mc 7, 13).

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