segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cartas do P.e Aldo 172

Asunción, 20 de dezembro de 2010.

Caros amigos,
No jornal local “Ultima Hora” foi publicado este artigo assinado pelo jornalista Cristian Cantero.
Desejo a todos um Bom Natal!!!

“No meio do correio eletrônico e dos votos de Natal e tantos outros cumprimentos, encontrei um que me chamou a atenção pelo seu título ‘De zero a um’.
Lendo o conteúdo, descobri que se trata de uma associação sem fins lucrativos, fundadas por amigos do Padre Aldo Trento, para ajudar as obras que se desenvolvem na paróquia San Rafael, neste caso em particular da Casinha de Belém. Para relatar a história da origem desta denominação, Padre Aldo, um dia, disse que, tendo recebido os boletins escolares de seus ‘filhos’ da Casinha de Belém, deu-se conta de que quase todos tinha tomado bomba; e, então, pensou que, ao invés de chamar a atenção deles e censurá-los, como qualquer pai de família faria, deveria organizar uma festa.
Segundo o relato do mesmo Padre Aldo, ele disse aos garotos naquele momento: ‘Meus filhos, eu os cumprimento porque a coisa mais importante da vida não é ter nota 5; ou seja, vocês eram considerados ‘ninguém’ e passaram a ser protagonistas da própria vida!’.
Para entender isto, é necessário recordar quem são estas crianças recolhidas por Padre Aldo: estão com ele porque foram abandonadas pelas suas famílias e esquecidas pela sociedade. Alguns são filhos órfãos dos doentes de AIDS que morreram na clínica Divina Providência ‘São Riccardo Pampurri’.
Poder-se-ia dizer que são crianças a quem a vida deu uma segunda oportunidade, por que encontraram um lugar, um lar, onde são valorizados e tratados com dignidade; um lugar onde aprendem a ser protagonistas da própria vida.
No mundo onde os parâmetros com os quais se medem as pessoas são o êxito, o poder, o dinheiro ou a fama a que se pode chegar, escutar ou ler histórias deste tipo nos permite compreender qual é o valor e o sentido verdadeiro da vida.
Tantas vezes, os pais nos preocupamos demais com o assegiurar o bem-estar material aos nossos filhos, reduzindo a educação à simples instrução ou à transmissão de dados, e é por isso que nos habituamos a medir a capacidade das crianças a partir dos resultados que obtêm, como se fosse uma simples fórmula matemática.
Mas, educar é muito mais ajudar uma pessoa a se tornar verdadeiramente homem. qualquer pessoa pode gerar filhos, mas poucos são aqueles que educam verdadeiramente os próprios filhos, isto quer dizer que o educam a enfrentar a vida, as circunstâncias de modo adequado e razoável. Se queremos educar, devemos respeitar e usar a razão e a liberdade dos nossos filhos, conscientes de que são pessoas diferentes de nós; o seu futuro não nos pertence.
É revelador o testemunho do psiquiatra vienense Viktor Frankl, que contava a confidência que um estudante americano lhe fez: ‘Tenho 22 anos, sou graduado, tenho um carro de luxo, sou economicamente independente, e tenho à disposição mais sexo e prestígio do que eu precisaria. Mas, apesar de tudo isso, me pergunto: que sentido tem ter tudo isto?’.
A educação verdadeira é ajudar a pessoa a entender o sentido da realidade em geral e o seu significado último. Mas, para fazer isto, é preciso que existam genitores que se deixem educar mesmo se tiverem 50 anos! Porque este processo dura a vida inteira e ninguém nunca termina de aprender. Como disse Padre Aldo, ‘apenas a partir da experiência de um abraço humano é que o meu eu desperta, se comove e se move’. E, assim, se converte em um desafio o passar de zero a um.
Cristian Cantero”

Ciao
Padre Aldo

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