terça-feira, 22 de março de 2011

Cartas do P.e Aldo 181

Asunción, 19 de março de 2011.

Caros amigos,
estes dias têm sido, para mim, uma graça particular. Estive na Itália para encontrar os amigos que estão ajudando a Providência Divina a concluir os trabalhos da nova clínica para que, no dia 25 de março, possamos celebrar, com uma Santa Missa, o fim dos trabalhos de construção. Gostaria de ter me encontrado com alguns de vocês que nos acompanham, mas a impossibilidade se fez oração em Fátima, aonde tive a alegria e a graça de ir. Nunca havia estado ali e, finalmente, Nossa Senhora me quis consigo.
Foi bonito ver como, também na Itália, está acontecendo aquilo que estamos vivendo na América Latina, entre aqueles que seguem e olham concretamente para a experiência de fé que Julián Carrón vive. Foi como me encontrar com Giussani vivo, vibrante, apaixonado pelo homem, exatamente como, no dia 25 de março de 1989, ele me abraçou assim como eu estava reduzido. Verdadeiramente, olhar para onde Carrón olha é poder dizer em cada instante: “Tu, meu Cristo”.
Tive a graça de participar fisicamente da Escola de Comunidade no dia 9 de março, no Sacro Cuore. Foi uma experiência inesquecível ver como ele nos faz trabalhar, escutar aqueles testemunhos, naquela noite, frutos verdadeiros de uma experiência, daquele trabalho que ele nos provoca a fazer. Tivemos uma graça única, que não apenas elimina toda distância entre nós, seja física ou geográfica, mas nos enche de letícia, aquela letícia que transpiram dos meus doentes terminais antes de morrerem ou dos meus filhinhos. Sim, porque também eles dependem de como eu sigo Carrón, de como eu vivo o carisma, de como Cristo é contemporâneo.
Vi, na Itália, um monte de pessoas se encontrando, estando juntas não mais definidas pelo perímetro geográfico, mas por pessoas e lugares nos quais Cristo é claramente visível, nos quais o coração encontra aquela objetiva correspondência de que tem necessidade. Experimentei na carne o que significa que os jovens ainda têm aquele coração que tinham quanto parti, há 22 anos. Experimentei na carne que mais do que de emergência educativa, temos que falar de emergência educadores, ou seja, de homens adultos em cujos rostos brilhe a luminosidade do destino. Encontrei-me com crianças, adolescentes, jovens e me senti submerso por perguntas, as mesmas de 22 anos atrás, de 38 anos atrás. Encontrei operários, jovens empresários e os empresários da Confindustria de Bolonha. A maioria não apenas não era de CL, como também freqüentemente nem mesmo era católica, como é o caso de Gabrielle Nissin, o amigo judeu que escreveu o livro La bontà insensata (A bondade insensata; ndt), e em todos eu encontrei uma fome e uma sede de Cristo expressas de formas muito diferentes umas das outras. No encontro com os jovens empresários da Confindustria de Bolonha e no jornalista da RAI3 que fazia as perguntas, o preconceito do início se tornou, no fim, surpresa, alegria, amizade. Dei-me conta de que somente se estamos apaixonados por Cristo, somente se seguimos Carrón com inteligência e afeto, fazendo experiência de Cristo, nos tornamos fascinantes e interessantes para todos. Encontrei homens cansados das mediações, reativos aos discursos, ou pessoas que tinham medo de dizer Cristo, de mostrar que pertencem e desejosos de ver, de encontrar homens que, com a vida e com as palavras, falam daquilo que vivem, ou seja, homens com a certeza da fé, com o olhar fixo sobre aquele “Tu” que domina tudo.
Até mesmo os especialistas das mentes humanas que encontrei se rendem diante desta evidência, reconhecendo que a psicologia não é capaz de responder ao coração do eu, mas apenas aquele “Tu que me fazes”. 
Obrigado, e que a Quaresma seja, de verdade, um tempo de descoberta de que a misericórdia é o amor na sua origem.
Padre Aldo

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