Asunción, 11 de dezembro de 2008.
Caros amigos,
Que bonita a Escola de Comunidade desta manhã, com as mulheres da limpeza e da cozinha da clínica.
Vejam algumas das intervenções.
1. De Modesa, a cozinheira:
Há 4 anos trabalho na clínica. Quando cheguei, me assustei ao ver que todos os dias morriam pessoas... e também por ver os corpos dos pacientes com os membros apodrecidos... Por meses, eu sentia até febre diante dessa situação. Cheguei a um certo ponto em que eu estava tão destruída que pensei até mesmo em me suicidar, porque eu não podia suportar que Deus permitisse toda esta dor humana. Precisei de 4 anos de caminho na fé, através da Escola de Comunidade, para poder chegar, hoje, a afirmar: a morte é algo de belo. Agora, sei com certeza que a morte, tal como é vivida aqui, é uma graça. Repito continuamente: “Senhor, seja feita a Tua vontade”. Agradeço a Jesus por estar aqui.
2. De Irene, a lavadeira:
Outro dia, experimentei um grande desespero. Eu estava passando pelo corredor, quando vi sendo aberta a porta do quarto onde está internado Giovanni e, lá dentro, vi aquele pobre homem vomitando. Aproximei-me para ajudá-lo enquanto a enfermeira vinha. Porém, foi terrível a minha surpresa ao ver que ele vomitava os vermes brancos que lhe enchem a garganta já apodrecida [trata-se de um homem recolhido de uma favela, que chegou aqui já com a garganta naquele estado]. Comecei a rezar, enquanto segurava a bacia. Eu achava que morreria de infarto durante esta coisa que eu nunca tinha visto. O desespero tomou conta de mim... mas, de repente, eu disse a mim mesma: “é uma provação do Senhor para que eu aprenda a valorizar o que eu sou e o que Ele me dá”.
3. Maria, uma das faxineiras:
Há dois anos que estou aqui, trazida pela Misericórdia do Senhor. Em cada dia eu vivo a alegria e a tristeza da vida. A alegria de ver que Ele existe, está presente. A tristeza de ver este mar de dor que vejo e que se torna também meu. Mas, tudo isso me educa a dizer, quando estou alegre, “Jesus, obrigada”; ou quando estou triste, “Jesus, eu te ofereço”.
Quando se obedece à realidade, ela nos educa a esta beleza, a ver a beleza dramática da morte e a não sentir um embrulho no estômago, como no caso de Irene. A realidade é a grande amiga do homem. É preciso alguém que nos indique isso. Isto, para nós, é a Escola de Comunidade e o que o Carrón nos tem ensinado.
Ciao.
P.e Aldo
P.S.: Dom Giussani continua a fazer o milagre... olhem que bela foto: Celeste já está brincando!
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